Tráfico de drogas sofre revezes na fronteira e apreensões caem 60%




O volume de apreensões de maconha registrado no primeiro bimestre de 2013 na região da fronteira do Paraná com o Paraguai caiu quase 60% em comparação com o mesmo período de 2012. As informações são das delegacias da Polícia Federal em Foz do Iguaçu e em Guaíra, no oeste do estado. Reforço no policiamento, atuação conjunta com as forças policiais dos países vizinhos e migração da criminalidade explicam a redução, aponta a polícia.
Brasil mantém parcerias a fim de reforçar o trabalho de repressão e prevenção no combate à maconha produzida no Paraguai, prestando auxílio logístico", afirmou Cassius Valentin Baldelli, delegado da Polícia Federal.
Os dados indicam que entre janeiro e fevereiro do último ano foram tirados de circulação, durante as frequentes operações em Foz do Iguaçu e municípios vizinhos, 101,87 kg de maconha contra apenas 19,11 kg no primeiro bimestre de 2013, queda de 81,23%. Já na região de Guaíra, também na fronteira com o Paraguai, principal produtor e “exportador” da droga para o Brasil, nos dois primeiros meses de 2013 foram apreendidos 238,63 kg de maconha, 143,24 kg a menos que no mesmo período do ano anterior, redução de 37,51%.
Conhecida como um dos principais corredores do contrabando e do tráfico de drogas para o país, a região também é a primeira que sente, entre outros, os reflexos do reforço da repressão aos crimes transnacionais e das mudanças de estratégia das quadrilhas especializadas neste tipo de ilícito. De acordo com o chefe da Divisão de Repressão a Entorpecentes da Polícia Federal, em Brasília, delegado Cassius Valentin Baldelli, um conjunto de fatores são responsáveis pelas mudanças.
“Há vários anos, por exemplo, o Brasil mantém parcerias a fim de reforçar o trabalho de repressão e prevenção no combate à maconha produzida no Paraguai, prestando auxílio logístico, medida esta que se mostra bastante eficiente. Elas impedem que toneladas de maconha sejam colhidas e depois enviadas, na sua maioria, para o Brasil, o que pode ser refletido também em diminuições de apreensão dessas drogas no país”, observou o delegado.
No início de março, agentes da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai destruíram 2,95 mil toneladas de maconha que estava sendo cultivadas em lavouras localizadas em quatro estados do país vizinho, todos na fronteira com o Brasil. No último sábado (16), outras quatro plantações com 50 toneladas da droga foram identificadas e também destruídas na região de Itakyry, a cerca de 150 km de Foz do Iguaçu. Parte da produção estava pronta para ser transportada até os grandes centros consumidores.
Ainda segundo Baldelli, a erradicação rotineira das plantações de maconha, assim como outras ações, diminui a quantidade de entorpecente disponível no mercado, “razão pela qual a PF considera fundamental a sua continuidade”. O delegado lembrou ainda que em complemento às parcerias com os órgãos de segurança de países vizinhos o governo brasileiro continua intensificando as ações em toda a fronteira, inclusive reforçando o efetivo nestas regiões.