PAULISTANOS VÃO BEBER ÁGUA DE BOSTA


A represa de Guarapiranga, em São Paulo, recebe todos os dias resíduos de remédios e produtos industriais

Atenção: tem café na sua água. Café e mais: resíduos de colesterol, hormônios sexuais, produtos industriais e uma infinidade de substâncias microscópicas que passam pelo sistema de tratamento das cidades brasileiras. Mas não faz mal? Aí é que fica a interrogação. Os pesquisadores da OMS ainda estão investigando o assunto, mas não tem uma legislação específica sobre essas substâncias e sem legislação os pesquisadores não podem fazer nada. A preocupação dos pesquisadores é maior quando falamos dos hormônios. Por exemplo, aqueles que existem em comprimidos anticoncepcionais, que são expelidos pelo organismo de mulheres e liberados na água todos os dias. Por enquanto não se sabe se isso pode causar algum problema à saúde humana, mas os hormônios em excesso já estão alterando o desenvolvimento de espécies de plantas e animais nas represas.

Saúde Pública e Reúso de água
A presença de organismos patogênicos e de compostos orgânicos sintéticos na grande maioria dos efluentes disponíveis para reúso , principalmente naqueles oriundos de estações de tratamento de esgotos de grandes conurbações , com pólos industriais expressivos , caracteriza reúso potável como uma alternativa associadas a riscos muito elevados , tornando-o praticamente inaceitável.
Entretanto, caso seja imprescindível implementar reúso urbano para fins potáveis, devem ser obedecidos os critérios apresentados a seguir.
- Somente sistemas de reúso potável indireto devem ser implementados
- É necessário que somente esgotos domésticos sejam utilizados
- Em razão da impossibilidade de se identificar adequadamente a enorme quantidade de compostos de alto risco, particularmente micropoluentes orgânicos presentes em efluentes líquidos industriais , mananciais que recebem ou receberão esses efluentes por longos períodos são desqualificados para a prática de reúso para fins potáveis.
Finalmente, chama-se atenção para a necessidade do emprego do conceito das múltiplas barreiras no sistema de tratamento, no qual devem ser empregados processos e operações unitárias redundantes, em que a responsabilidade pela remoção de um determinado contaminante não deve ser atribuída a um único processo ou operação.
A represa de Guarapiranga, em São Paulo, recebe todos os dias resíduos de remédios e produtos industriais.

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