GUERRA: RÚSSIA FAZ OPERAÇÃO MILITAR NA UCRÂNIA

O presidente da Rússia, Vladimir Putin. Foto: Sergei Guneyev/Sputnik/AFP ----------------------- DCM - O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que ordenou que os militares de seu país conduzissem uma operação especial na região de Donbass, na Ucrânia, depois que os líderes das repúblicas separatistas pediram a Moscou assistência militar em resposta ao que alegam ser um aumento da “agressão ucraniana”. “As circunstâncias exigem que tomemos medidas decisivas e imediatas”, diz a ordem. “Decidi realizar uma operação militar especial”, conclui Putin. ---------- Em pronunciamento, Putin disse que queria “desmilitarizar” e “desnazificar” a Ucrânia Poucos momentos após o discurso, uma série de explosões foi relatada em cidades da Ucrânia. A CNN relata uma explosão na capital, Kiev. -------- A decisão vem dias depois que Moscou reconheceu a independência das repúblicas separatistas de Donetsk e Lugansk no Donbass, alegando que Kiev não cumpriu suas obrigações sob os acordos de Minsk firmados em 2014 e 2015 para resolver o conflito entre os separatistas e o governo ucraniano. Mais tarde, as autoridades autorizaram o que descrevem como uma “operação de manutenção da paz” na região. Líderes ocidentais há meses previam uma incursão iminente, alegando que a Rússia reuniu tropas perto de sua fronteira com a Ucrânia e na vizinha Bielorrússia, onde Moscou realizou exercícios conjuntos nas últimas semanas. A Rússia até agora negou planos para um ataque, no entanto, e mantém suas ações no Donbass de natureza defensiva. Os EUA e seus parceiros europeus já impuseram sanções a uma série de instituições financeiras, autoridades e legisladores russos após o reconhecimento dos estados separatistas, prometendo trazer mais penalidades caso Moscou “invadisse ainda mais” a Ucrânia. --------------------------------------------------------------------------------------------------- Daniel Albuquerque --- Ao que parece, a Rússia já começou a destruir boa parte das estruturas militares da Ucrânia que mais ameaçavam a existência de Donetsk e Lugansk. Para além disso, boa parte da estrutura militar da Ucrânia como um todo pode sumir em algumas horas a depender dos mísseis e bombardeios estratégicos de Moscou. Segundo o próprio Putin, não parece existir desejo de uma ocupação, mas desmilitarização e desnazificação da Ucrânia. As ações futuras serão uma demonstração se isso é verdade. É necessário observar bem os desdobramentos e os próximos atores que podem entrar no conflito. Ao que tudo indica, se não houver interesses externos para estender o conflito, esta escaramuça não deve demorar muito. Contudo, se o governo ucraniano cair, como tudo indica que é bem possível, terá início uma imensa batalha diplomática, econômica e possivelmente militar, no entorno da hegemonia das bases da refundação da Ucrânia. E isso pode aumentar ainda mais o caos na região. Nesse momento, a reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU continua, e o ocidente forma um consenso médio contra a Rússia, que pode isolar de forma sem precedentes o gigante do leste europeu.