Univaja diz que mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips são "crime político" e cobra mais investigações
Movimento que representa povos indígenas do Vale do Javari confirmou que restos encontrados são do indigenista e do jornalista ---- 247 - A União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), movimento indígena representante dos povos habitantes da Terra Indígena Vale do Javari (AM), afirmou que o assassinato do jornalista Dom Phillips e do indigenista da Fundação Nacional do Índio (Funai) Bruno Pereira "constitui um crime político, pois ambos eram defensores dos Direitos Humanos e morreram desempenhando atividades em benefício de nós, povos indígenas do Vale do Javari, pelo nosso direito ao bem-viver, pelo nosso direito ao território e aos recursos naturais que são nosso alimento e garantia de vida, não apenas da nossa vida, mas também da vida dos nossos parentes isolados".
Oseney da Costa confessou para a Polícia Federal que ele e seu irmão, Amarildo dos Santos, o "Pelado", assassinaram o indigenista e o jornalista. De acordo com a nota da Univaja, os dois suspeitos fazem parte de um "grupo maior" de crimes na Amazônia.
"Manifestamos nossa preocupação com nossas vidas, a vida das pessoas ameaçadas (pois não era somente o Bruno Pereira), componentes do movimento indígena, quando as Forças Armadas e a imprensa se deslocarem de Atalaia do Norte. O que acontecerá conosco? Continuaremos vivendo sob ameaças?", questionou.
"Precisamos aprofundar e ampliar a investigação. Precisamos de fiscalização territorial efetiva no interior da Terra Indígena Vale do Javari. Precisamos que as Bases de Proteção Etnoambiental (BAPEs) da Funai sejam fortalecidas", continuou.