Lula (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil | Pedro França/Agência Senado)
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Presidente estaria distante das negociações políticas, mas deve mudar de postura após derrota envolvendo o marco do saneamento na Câmara -----
247 - Criticado nos bastidores de Brasília por estar supostamente "isolado" das negociações políticas, o presidente Lula (PT) pretende mergulhar de cabeça na articulação de seu governo para destravar pautas caras ao Palácio do Planalto no Congresso e para garantir que novas derrotas no Legislativo não aconteçam.
Antigos aliados do presidente ouvidos pelo jornal O Globo afirmam que ele tem deixado em segundo plano conversas com lideranças partidárias e personagens do mundo empresarial. Os dois primeiros mandatos de Lula foram marcados por agendas intensas com estes setores. Um parlamentar com relação de décadas com o presidente afirma que o “Lula 1 e 2, da conversa, simpático, que abraçava, desapareceu”.
Um integrante da equipe de articulação política do governo justifica: aos 77 anos, Lula não consegue manter uma agenda tão intensa quanto a de mandatos anteriores. Ainda de acordo com esta fonte, a articulação do presidente com o mundo político tem sido pautada em convites para que deputados e senadores o acompanhem em viagens, como aconteceu na visita à China.
Após a Câmara derrubar pontos de um decreto sobre o marco do saneamento, em uma derrota do governo, Lula decidiu mudar sua postura e passou a se encontrar com presidentes e lideranças de partidos da base, como MDB, PSD, União Brasil e PSB. Até então, as conversas com nomes fora do PT vinham se dando quase exclusivamente com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
"Auxiliares alegam também que o presidente optou neste início de mandato por priorizar viagens ao exterior para tentar reconstruir a imagem do país e teve uma dedicação grande à reorganização de governo por causa da situação deixada por Jair Bolsonaro (PL). Um outro argumento no entorno de Lula é que não se pode comparar a rotina do presidente no período de oito anos com a verificada agora em apenas quatro meses", finaliza a reportagem.