A RÚSSIA INVADIU A UCRÂNIA, PELO CERCO DA OTAN, JÁ OS EUA INVADIRAM O IRAQUE PARA ROUBAR PETRÓLEO

A RÚSSIA INVADIU A UCRÂNIA, PELO CERCO DA OTAN, JÁ OS EUA INVADIRAM O IRAQUE, COM O PRETEXTO DE DESTRUIREM ARMAS DE DESTRUIÇÃO EM MASSA, E PELA RIQUEZA DE PETRÓLEO. --------- Em Março deste ano marcou os 20 anos da invasão em grande escala do Iraque, pelos EUA/OTAN injustificadamente. Embora a invasão contra o estado árabe rico em petróleo, tenha sido sem pretexto legal, com vários paises ocidentais se desculpando após o conflito por sua falsa cobertura midiática, participação e apoio inequívoco aos planos de ataque. ----- Para fornecer mais informações sobre como foi a invasão liderada pelos americanos, peguei trechos do livro desta guerra do renomado estudioso de segurança internacional A. B. Abrams, sobre o que o conflito significou em relação às tendências expansionistas ocidental. Abrams autor de vários livros sobre relações/conflitos internacionais e defesa, publicou este ano um estudo altamente conceituado: 'Atrocity Fabrication and Its Consequences: How Fake News Shapes World Order' ('Fabricação de atrocidades e suas consequências: como notícias falsas moldam a ordem mundial'. Como foi o caso no Iraque, para fornecer pretextos para invadir, por questões políticas e econômica. ----- Traçando a evolução do uso de narrativas de atrocidades fakes desde, a expansão colonial ocidental, os primeiros dias da guerra iraquiana e 11 estudos de casos mais recentes”. O 6a capítulo do livro concentra na fabricação de falsas narrativas de pretexto à Guerra do Iraque: ----- P- Quais foram as falsas narrativas que tiveram mais impacto para enganar a opinião pública da invasão do Iraque liderada pelos americanos? Abrams: Como em todas as campanhas belicista/atrocidades ocidentais, narrativas reforçadas foram perpetuadas para moldar a opinião doméstica e global, com vários níveis de eficácia. Uma invasão poderia, portanto, ser apresentada não como uma resposta a qualquer ação específica do Iraque, medidas justificada que era preciso invadir com série de razões que justificassem. As narrativas que tiveram os impactos mais significativos variaram de países. Nos EUA, a campanha para obter apoio para a invasão aumentou após os ataques de 11 de setembro, o que significava que era mais eficaz vincular a justificativa de um ataque a uma ligação terrorista entre o Iraque e a Al Qaeda. Isso foi quase unanimemente reconhecido, mesmo totalmente fake, cumpriu seu propósito. Na UK, as alegações de que o Iraque estava desenvolvendo armas de destruição em massa desempenharam um papel mais central na justificativa da guerra, em parte porque o público lá não teve nenhuma experiência imediata de um ataque terrorista. Narrativas que o Iraque, as usariam para atacar o Reino Unido e seus aliados, portanto uma invasão era necessária. A campanha britânica também se concentrou fortemente desde o início em retratar os abusos dos direitos humanos no Iraque. Descreveu, portanto, um ataque ocidental para remover seu governo e instalar um sucessor ocidentalizado como uma espécie de "missão civilizadora" - um tema comum nas justificativas ocidentais para invasões de países não ocidentais ao longo dos séculos. Embora a situação dos direitos humanos no Iraque estivesse longe de ser exemplar, também estava longe de ser, como em muitos outros paises do terceiro mundo. A intervenção militar humanitária como um conceito ocidental de séculos de história, tem sido usada para facilitar a agressão ocidental. Povos não ocidentais sempre poderiam ser retratados como tendo práticas ou condutas selvagens que, por sua vez, poderiam ser usadas para justificar “missões civilizadoras” ocidentais – até vários casos como o do Iraque na história recente. As alegações ocidentais extremas de abusos humanitários iraquianos tenham provado serem totalmente falsas. O exemplo mais extremo foi a afirmação do primeiro ministro britânico Tony Blair de que centenas de milhares de prisioneiros políticos foram encontrados enterrados em valas comuns pelas forças iraquianas após a invasão - que pretendia justificar a agressão. Mais tarde, foi reconhecido que isso foi uma das dezenas de fakes. ----- P- Quais os equívocos mais comuns sobre a guerra EUA-Iraque? Abrams: Retrata a Guera como um erro único ou produto da liderança particularmente fraca do governo Bush. A invasão foi, seguindo as tendências da política externa dos EUA e do Ocidente. O país estava sob ataque desde 1990, primeiro com grandes sanções econômicas, depois com o intenso bombardeio ocidental de suas indústrias e infraestrutura crítica a partir de 1991, que deixou sua população sem serviços básicos como eletricidade ou água potável. O bombardeio atrasou o desenvolvimento em mais de meio século, e as sanções contínuas e indefinidas que impediam a reconstrução do pós-guerra estimadas em meados da década de 1990, tendo matado mais de 1 milhão de crianças iraquianas, um verdadeiro genocidio infantil, em que o mundo ocidental nunca questionou...por pura ignorancia dos fatos. A imposição de zonas de exclusão aérea pelos países ocidentais no espaço aéreo iraquiano facilitou o bombardeio da infraestrutura e os esforços de supressão da defesa aérea, deixando o país praticamente indefeso e completamente empobrecido. Esses ataques contra alvos indiscriminados eram conduzidos com base em falsas alegações de que estavam suprimindo as forças iraquianas, para que elas não fossem enviadas para cometer atrocidades contra grupos minoritários no país. Apesar da inaptidão militar que os iraquianos muitas vezes agiram, os EUA teriam demorado muito para lançar uma invasão em grande escala em 2003, se não tivessem destruido o país mais de uma década antes na Guerra do Golfo em 1991. Fundamental para preparar o caminho para o ataque ocidental foram a promessa de alívio das sanções se o Iraque permitisse aos inspetores internacionais acesso às suas instalações de armas. Essas equipes, como já confirmado, foram profundamente infiltradas pela inteligência dos EUA e da Grã-Bretanha e usadas, sem sucesso, para a derrubada do governo iraquiano. Isso combinado com um embargo total desde de 1990, fundamental para garantir um equilíbrio militar cada vez mais favorável para os EUA e seus aliados à medida que modernizavam suas forças enquanto as capacidades iraquianas apenas diminuíam. ----- P- Em retrospectiva, quais Estados você considera terem sido os principais beneficiários da invasão? Abrams: O Iraque já estava quase totalmente devastado quando a guerra começou. Este foi um grande benefício para os interesses do domínio ocidental político e econômico sobre o Oriente Médio. O povo iraquiano sofreu e continua a sofrer imensamente, os padrões de vida permanecem pobres, onde o país anteriormente prosperava, enquanto as atrocidades cometidas pelas forças ocidentais contra eles, nunca foram divulgadas pela mídia ocidental. Um dos mais notáveis foi o uso em massa de armas de urânio empobrecido contra centros populacionais civis, como Fallujah, que causou imenso sofrimento e também nas gerações seguinte, devido a milhares de anos que continuará a contaminar a área e o pools gênicos locais. Outro foi a extrema brutalidade contra iraquianos sob custódia americana, muitos dos quais, incluindo crianças, foram estuprados em série e torturados até a morte em instalações como Abu Ghraib, depois que a população foi deixada sob o poder das forças de ocupação. Muitos dos detalhes não foram divulgados, mas, conforme observado pelo jornalista americano Seymour Hersh, que teve acesso mais completo aos registros de Abu Ghraib: Algumas das piores coisas que aconteceram você não sabe, ok? Vídeos, hum, tem mulheres lá. Alguns de vocês podem ter lido que eles estavam distribuindo cartas, comunicações para seus homens. Isso é em Abu Ghraib. As mulheres passavam mensagens: 'Por favor, venha e me mate' e basicamente o que aconteceu é que aquelas mulheres que foram presas com, crianças em casos que foram registrados. E o pior de tudo isso é a trilha sonora dos berros das criancas... Embora bem-sucedida contra o Iraque, esta guerra foi altamente prejudicial aos interesses americanos. O foco das atenções e recursos militares ocidentais no país pelo restante da década permitiu que outros países fora da, esfera de influência ocidental fortalecessem suas posições. Os exemplos mais notáveis foram a Rússia e China, que viram suas posições econômicas, de alta tecnologia e militares melhorarem imensamente, em pararelo a Coréia do Norte e o Iran, que aceleraram drasticamente seu desenvolvimento de armas nucleares após a decisão de Washington de invadir o Iraque a Libia e a Siria. O Irã, aliado próximo, com sua milícia libanesa Hezbollah, fortaleceram muito suas posições estratégicas. ----- P- Como as lições da campanha ocidental no espaço de informação contra o Iraque são mais relevantes hoje? Abrams: A Guerra do Iraque é um dos 11 estudos de caso abordados em meu último livro, explorando tendências consistentes em como o mundo ocidental usa a fabricação de atrocidades para difamar os países fora de seu controle que pretende atingir (exemplo os russos na Ukraine), portanto, permanece altamente relevante para entender a difamação semelhante de todos os principais adversários ocidentais em todo o mundo hoje. Vemos acusações semelhantes, ridículas e desmascaradas, sendo espalhadas por fontes ocidentais contra a China, Coréia do Norte, Síria e outros, tantos para fornecer pretextos para sanções econômicas, os ocidentais acreditam, pelo fato de somente lerem em sua maioria absoluta as midias pros ocidentais, quanto para mover a opinião mundial a se alinhar com futuras campanhas ocidentais contra esses países. O Iraque também fornece um exemplo de como as falsas atrocidades inventadas no Ocidente e atribuídas a seus alvos, empalidecem em comparação com as atrocidades muito reais cometidas pelas potências ocidentais nas guerras, depois da WWII. que as narrativas fabricadas facilitaram. Os números de invenção bem-sucedida de atrocidades facilitaram a matança dos ocidentais no século passado, na casa dos muitos milhões, nà era colonial. Se crimes falsos não tivessem sido atribuídos ao Iraque para permitir que os EUA e seus aliados ocidentais enxergassem as políticas que desejavam, 1.000.000 crianças iraquianas mortas sob sanções na década de 1990, centenas de milhares de iraquianos naquela década e mais 1 milhão de civis iraquianos que morreram como resultado da invasão de 2003. A Guerra do Iraque está longe de ser única a esse respeito, mas fornece um exemplo na memória relativamente recente, temos o Yemem, hoje por exemplo, e mais de uma dezena onde os EUA se envolvem... ----- O livro de Abrams Atrocity Fabrication and Its Consequences: How Fake News Shapes World Order foi publicado em 15 de março de 2023 disponível para compra na Amazon...vale a pena, acabei de ler e a conhecer e entender muito mais...