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Assange, um cidadão australiano, que praticou atividades fora da jurisdição dos EUA, tem sido tratado pela acusação no processo como pessoa com as obrigações de cidadão dos EUA (não revelar os segredos de “segurança nacional”), mas sem os direitos de cidadão (primeira emenda). Na prática, ele é discriminado já no processo de extradição por ser um estrangeiro.
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A maior vitória legal de Assange até agora, mas com custos:
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Em julgamento na mais alta corte, Assange poderá argumentar todo o seu caso que consiste em direito de imprensa e de livre expressão, a natureza das revelações do WikiLeaks que são a base da acusação de espionagem (os crimes contra a humanidade praticados pelo EUA), a perseguição praticada pelo governo dos EUA em conluio com outros países para destruir Assange e WikiLeaks.
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Hoje Assange se tornaria um prisioneiro inconveniente nos Estados Unidos.
Uma corte inglesa afirmar (depois de anos de conluio com EUA) que agora não confia nas garantias dadas pelos promotores dos EUA é ridículo. Se as cortes inglesas estivessem comprometidas em fazer justiça não teriam permitido que este processo existisse desde 2019, e não permitiria que a farsa do “caso sueco” existisse por 9 anos, situação que foi definida pela ONU como “detenção arbitrária”.
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Um jornalista que revelou os crimes de guerra dos EUA no Oriente Médio ser julgado nos EUA por espionagem agora colocaria ainda mais fogo no país em que estudantes e professores universitários estão protestando contra a cumplicidade de seu país com Israel para cometer genocídio na Palestina ocupada (onde jornalistas, médicos e funcionários da ONU são assassinados por denunciar os crimes contra a humanidade praticados pelo exército de Israel).
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O caso Assange é facilmente defensável como “delito de opinião”, como frisou o professor de Relações Internacionais Gilberto Maringoni; o que coloca Assange na categoria de “prisioneiro de consciência”, uma coisa que a imprensa corporativa no Ocidente afirma que acontece apenas nos países que não são aliados dos EUA.
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Julian Assange foi colocado em espera para ter um novo julgamento, provável depois das eleições dos EUA. Aí, talvez, já não exista mais Assange para ser libertado. Nils Melzer, o Relator Especial da ONU sobre Tortura, depois de visitar Julian, disse que ele estava sendo submetido a uma “execução em câmera lenta”.
A estratégia do governo dos EUA sempre foi massacrar Assange pouco a pouco: causar uma morte “natural” ou levá-lo ao suicídio. Um julgamento em corte nos EUA é uma questão de vingança da CIA, não do governo.
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A preocupação do governo sempre foi evitar que a discussão sobre liberdade de imprensa alcance o horário nobre da TV americana. Se o Partido Democrata é bem mais competente em fazer guerras imperiais, o Partido Republicano sempre vestiu a carapuça de vilão com mais tranquilidade.
Ganhando (improvável) ou perdendo Biden, o que interessa é evitar que o Partido Democrata fique com a fama de receber e condenar o jornalista que denunciou os crimes dos EUA pelo mundo afora.
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Ao Reino Unido o que interessa é manter a aliança com os EUA, mas salvando a imagem de país democrático, o país da Magna Carta, enquanto segue criando leis que a aproximam cada vez mais da Alemanha pós 1933.
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Portanto, cabe a todos envolvidos na luta pela libertação de Assange acirrar a campanha para tornar insuportável a pressão para sua libertação imediata. Não se deve esperar por um novo julgamento, especialmente porque Assange está com a saúde arruinada.
Nas palavras do jornalista Chris Hedges, especialista em cobrir guerras e amigo de Assange:
“Devemos libertar Julian. Devemos mantê-lo fora das mãos do governo dos EUA. Considerando tudo o que ele fez por nós, devemos-lhe uma luta implacável.
Se não houver liberdade de expressão para Julian, não haverá liberdade de expressão para nós.”
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Camila Ribeiro ----
Pela Campanha Pela Libertação de Julian Assange
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