Bolsonaro chora em ato na Paulista e chama Alexandre de Moraes de "ditador"

Bolsonaro chora em ato na Paulista e chama Alexandre de Moraes de "ditador". Créditos: Reprodução/ YouTube/ Revista Oeste --------- O ex-presidente fez uma série de ataques contra o ministro do STF e o acusou de manipular a eleição de 2022 quando presidente do TSE ---- por Marcelo Hailer - Revista Forum -------- O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) esteve presente no ato organizado pelo pastor Silas Malafaia e que aconteceu neste sábado (7) na Avenida Paulista, em São Paulo. Durante sua fala, Bolsonaro atacou o presidente Lula (PT) e, principalmente, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em sua fala, Jair Bolsonaro acusou Alexandre de Moraes, quando presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), de intervir nas eleições de 2022 e usar o aparato estatal para fazer com que ele perdesse o pleito para Lula. "É a primeira vez na história do Brasil que estamos assistindo a um presidente sem povo. Falaram que eu deveria passar a faixa para aquele cara... Eu não passo a faixa pra ladrão. Existem dois tipos de ladrões: o ladrão que rouba o nosso dinheiro e outro, mais perverso ainda, é o que rouba o nosso futuro e a nossa liberdade. As eleições de 22 [...] ela foi totalmente conduzida de forma parcial pelo presidente do Superior Tribunal Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes", disse Bolsonaro. Em seguida, Bolsonaro declarou que era perseguido pelo TSE. "Eu não podia fazer nada, não podia live da minha casa, não podia mostrar as imagens do 7 de Setembro, não podia associar o Lula a ditadores da América do Sul, não podia mostrar imagens dele defendendo roubo de celular pra tomar uma cervejinha e o outro lado tudo podia fazer, em especial me chamar de genocida, com decisão do TSE", disse. Posteriormente, o ex-presidente repetiu uma ideia muito propagada nas redes: de que ele tem o apoio da maioria da população do Brasil e que Lula não pode sair na rua. "A gente não consegue entender como aquele, que segundo o TSE, perdeu as eleições e arrasta multidões, e o outro, que ganhou as eleições, não consegue tomar refrigerante no botequim de qualquer lugar [...] Se hoje eu sou o ex mais amado do Brasil, esse divórcio não foi feito pelo povo, foi por parte desse sistema que trabalhou quatro anos contra a minha pessoa. Alexandre de Moraes escolheu os seus alvos, como escolheu o meu filho Eduardo, escolheu [...] eles tinham que me destruir", afirmou. No fim de seu discurso, o ex-presidente afirmou que apenas uma anistia para todos os presos do 8 de Janeiro, que ele classificou como uma "armação", pode pacificar o Brasil e disse que Moraes é um "ditador". "Espero que o Senado coloque um freio em Alexandre de Moraes, esse ditador, que faz mais mal ao Brasil que o próprio Luiz Inácio Lula da Silva", concluiu Bolsonaro. ---------------------- Eduardo Bolsonaro diz que Moraes é um "psicopata" ---- Organizado pelo pastor Silas Malafaia, os bolsonaristas voltaram a se reunir na Avenida Paulista, em São Paulo, para se manifestar contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Também esteve na pauta a defesa do empresário sul-africano Elon Musk, isso por causa do bloqueio da rede social “X”, que pertence a Musk. Com a presença de várias lideranças bolsonaristas, um dos primeiros a falar foi o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que fez vários ataques ao ministro Alexandre de Moraes, a quem classificou como “psicopata”. "Só tem uma diferença entre mim e aqueles que estão presos politicamente hoje: é que não houve tempo de Alexandre de Moraes me pegar, porque ele me selecionou para ser investigado... graças ao meu bom Deus, Glenn Greenwald explanou esse plano de me colocar na cadeia e eu pude prevenir e alertar a todos sobre essa maldade contra mim, uma pessoa que é inocente e, na falta de encontrar algum crime, queriam me prender por uma foto que eu tinha segurando a bandeira de um blog argentino”, iniciou Eduardo Bolsonaro. Em seguida, Eduardo Bolsonaro acusou Moraes de ordenar torturas. "A empatia é o oposto da psicopatia. O psicopata não sente remorso. O psicopata não tem piedade. O psicopata é incapaz de se colocar no lugar do outro. O psicopata é capaz de jogar velhinhas numa cadeia por anos por apenas capricho pessoal. O psicopata é capaz de separar uma mãe de seus dois filhos sem qualquer remorso, como tem sido feito com a senhora Débora Rodrigues dos Santos. Um psicopata é incapaz de analisar um recurso de uma pessoa doente na cadeia [...] o psicopata é capaz de jogar um homem para ser torturado por mais de seis meses nas condições mais desumanas possíveis”, declarou. Em seguida, Eduardo Bolsonaro insinua que o ministro Alexandre de Moraes mandou bloquear o X, não porque a empresa desrespeitou as leis brasileiras, mas sim movido por questões pessoais. "Por que Alexandre de Moraes se expõe tanto para acabar com a liberdade de expressão do país? Seria porque o X é uma ferramenta poderosa para denunciar ao Brasil e ao mundo todos esses excessos, abusos e ilegalidades que o Alexandre tem cometido? Seria porque o Alexandre está comprometido em sufocar o sentimento patriótico e conservador que Jair Bolsonaro despertou em milhões com a ajuda das redes sociais?”, questionou. "A liberdade de expressão ajudou a moldar as nações livres do mundo e, no mundo inteiro, ela está sob ameaça. Alexandre de Moraes empunha o martelo da Justiça como se fosse a sua espada pessoal. Ele usou essa espada para calar vozes dissidentes, forçando jornalistas como Paulo Figueiredo, Rodrigo Constantino, Allan dos Santos, Leandro Ruschel, Luiz Ernesto Lacombe e muitos outros ao exílio”, prosseguiu Eduardo Bolsonaro. Por fim, o deputado Eduardo Bolsonaro também afirmou que Alexandre de Moraes persegue veículos de imprensa, e citou a Gazeta do Povo, Jovem Pan e a Revista Oeste, e voltou a defender Elon Musk. "Talvez seja por isso que Elon Musk não recua, porque é evidente que a batalha é pela liberdade de expressão e ela transcende questões econômicas, vai além dos interesses financeiros. É uma luta pela preservação dos valores fundamentais", declarou Eduardo Bolsonaro, que, após discursar, puxou o coro "Fora, Xandão", maneira como os bolsonaristas se referem ao ministro da Corte.