Empresa do consórcio da Lottopar é investigada por jogos ilegais

Sócios de empresa investigada doaram R$ 400 mil para a reeleição de Ratinho Junior ------------ Blog do Esmael Morais -------- A PayBrokers, integrante do consórcio responsável pela gestão da Lottopar, está no centro de uma operação policial que investiga lavagem de dinheiro e envolvimento com jogos ilegais, incluindo o jogo do bicho. A operação, coordenada pela Polícia Civil de Pernambuco em parceria com outras forças estaduais e a Interpol, cumpriu mais de 40 mandados de busca e apreensão em diversos estados, incluindo Paraná e São Paulo. Entre os investigados estão Edson Antônio Lenzi Filho e Thiago Heitor Presser, sócios da PayBrokers, empresa que venceu licitação para gerenciar a plataforma de pagamentos da Lottopar, a loteria oficial do Paraná. A investigação aponta que a organização criminosa utilizava empresas de apostas legalizadas para lavar recursos de jogos ilícitos, transferindo parte do dinheiro para outras empresas, incluindo a PayBrokers. Segundo relatório da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco, a PayBrokers recebeu quase R$ 10 milhões entre 2022 e 2023, levantando suspeitas de envolvimento em esquema de lavagem de dinheiro. A empresa nega irregularidades e afirma estar colaborando com as investigações. O governo do Paraná, por sua vez, solicitou esclarecimentos formais e estuda possíveis medidas contra a empresa. A operação também atingiu personalidades públicas, como a influenciadora digital e advogada Deolane Bezerra, presa em Recife por suposta ligação com o esquema. Ela nega envolvimento com a PayBrokers, alegando que suas transações estavam relacionadas a trabalhos publicitários com outra empresa investigada. O caso também traz à tona o vínculo político da PayBrokers com o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD). Sócios da empresa doaram R$ 400 mil à campanha de reeleição do governador, e meses depois a PayBrokers venceu uma licitação de R$ 167 milhões para operacionalizar os pagamentos da Lottopar. Há um ano, técnicos do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) apontaram indícios de direcionamento no processo licitatório, gerando suspeitas de irregularidades e favorecimentos. A operação e o contrato da PayBrokers com a Lottopar levantam sérias questões sobre a transparência no uso de recursos públicos e o possível envolvimento de grandes esquemas financeiros ilícitos que permeiam o setor de loterias e jogos no país. Este caso revela a crescente interseção entre loterias estaduais e o mercado de apostas no Brasil, e sobre os potenciais riscos de corrupção e lavagem de dinheiro associados a essas atividades.