Blog do Esmael Morais --------
Curitiba, cidade que já foi epicentro da Operação Lava Jato e onde Jair Bolsonaro (PL) alcançou quase 65% dos votos na disputa presidencial de 2022 contra Lula (PT), parece trilhar um novo caminho nas eleições municipais deste ano.
Nomes fortemente associados ao bolsonarismo e ao lavajatismo estão perdendo espaço nas campanhas à Prefeitura, relata a Folha, em suas versões online e impressa.
Paulo Martins, filiado ao PL e candidato a vice na chapa de Eduardo Pimentel (PSD), e a deputada federal Rosângela Moro (União Brasil), vice de Ney Leprevost (União Brasil), têm tido participações discretas ao lado de seus respectivos candidatos.
Martins, que foi o candidato de Bolsonaro ao Senado em 2022 e ficou em segundo lugar, quase não aparece na propaganda eleitoral. Rosângela, por sua vez, tentou inicialmente engajar o antipetismo, mas o discurso não ganhou força.
Há um mês, o Blog do Esmael registrou a ausência de Paulo Martins no horário eleitoral.
Eduardo Pimentel, atual vice-prefeito com pouca experiência eleitoral, optou por colar sua imagem às duas principais lideranças do PSD: o prefeito Rafael Greca e o governador Ratinho Junior.
Greca é presença constante em sua propaganda, afirmando: “Eu preparei o Eduardo para este momento”. Ratinho é citado como “parceiro de primeira ordem”.
Curiosamente, Bolsonaro não é mencionado, e sua agenda tem passado longe de Curitiba.
Apesar da resistência inicial de Greca ao bolsonarismo, Ratinho Junior conseguiu trazer o PL para a coligação de Pimentel.
O Partido Novo, de Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato, também integra a aliança.
polarização política nacional.
Bolsonarismo e lavajatismo, outrora influentes, perdem espaço para debates sobre transporte público, educação infantil e assistência social.
Resta saber se essa tendência se consolidará nas urnas.
Antes, porém, nesta quinta-feira (3), haverá o último debate do primeiro turno organizado pela RPC TV, afiliada da TV Globo no Paraná.
Oito dos 10 candidatos à Prefeitura de Curitiba estarão presentes e, talvez, aspectos moralistas e bolsonaristas — bandeiras da direita e da extrema direita– apareçam pela primeira vez na campanha.