Eduardo Appio (Foto: Bruno Peres/ABR) -------------
Magistrado denuncia "orçamento secreto de Moro" e a existência de desvios bilionários durante a operação Lava Jato. Assista na TV 247
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247 - O juiz Eduardo Appio, que esteve à frente da 13ª Vara Federal de Curitiba e conduziu os processos da Lava Jato por cerca de quatro meses, criticou em entrevista à TV 247 as motivações do ex-juiz suspeito e atual senador Sergio Moro (União Brasil) durante a operação. "Desde o início foi sobre dinheiro", afirmou Appio na entrevista aos jornalistas Joaquim de Carvalho, Mario Vitor Santos e o editor Salvio Kotter, questionando os reais objetivos dos acordos firmados pela força-tarefa paranaense.
"Os acordos da Lava Jato foram fruto de um desvio de finalidade administrativa praticado pela Lava Jato. As primeiras decisões que tomei, como a decisão sobre o Raul Schmidt Junior, têm recebido o respaldo do STF", disse.
Appio, falando na capacidade professor, uma vez que está de férias, destacou que recursos que deveriam ser destinados à União foram desviados para uma obscura fundação privada ligada aos lavajatistas. "Os fatos são incontestáveis. Houve um desvio para uma fundação privada de 2,5 bilhões de reais, que eram destinados à União pelas normativas do CNJ. Tivemos a Petrobras e a Odebrecht submetidas ao pagamento de multas estratosféricas nos EUA. Parte do dinheiro dos 6 bilhões de reais que o Moro disse que foram recuperados pela Lava Jato, metade foi para os acionistas minoritários da Petrobras nos EUA, em um acordo que o New York Times disse na época que os advogados levaram 200 milhões a título de honorários", denunciou.
O magistrado também revelou ter descoberto o que chamou de "orçamento secreto do Moro", envolvendo valores bilionários. "Nunca imaginei que as contas teriam alguns bilhões, tendo passado mais de 5 bilhões por lá. Descobri esse orçamento secreto do Moro, que foi colocado sob sigilo, sem posicionamento concreto do Ministério Público. Todo mundo caiu nesse conto do vigário de que eles recuperaram 6 bilhões de reais para o bolso do contribuinte, o que é uma mentira escancarada", acusou Appio. Ele afirmou que os recursos foram distribuídos entre acionistas minoritários nos EUA, a Fundação Lava Jato, procuradores norte-americanos e suíços, além de advogados ligados à operação. Assista na TV 247.