Álvaro Dias em foto de Antonio Cruz/Agência Brasil
------------------
por Esmael Morais em seu blog ----------
O ex-senador Alvaro Dias (Podemos-PR) anunciou em alto e bom som, durante a posse de Alexandre Curi (PSD) na presidência da ALEP (Assembleia Legislativa do Paraná), que buscará uma vaga no Senado em 2026. Entretanto, sua recente estratégia política pode soar familiar e arriscada: ele filiou a jornalista Cristina Graeml ao Podemos, repetindo a jogada frustrada que teve com Sergio Moro em 2022.
Durante o evento em 3 de fevereiro, na capital paranaense, Alvaro confirmou sua intenção de voltar ao Senado em 2026. No entanto, surpreendeu ao filiar Cristina Graeml, ex-candidata à Prefeitura de Curitiba pelo PMB, ao Podemos. Graeml, com forte identidade à extrema direita, também deseja concorrer ao Senado, criando um potencial conflito interno.
Em 2022, Alvaro apostou em Sergio Moro para fortalecer o Podemos, mas viu o ex-juiz mudar para o União Brasil e ser eleito senador, enquanto ele próprio foi derrotado. O ex-senador não levou a sério o ditado espanhol “crie corvos e te arrancarão os olhos”.
Agora, com Graeml, surge o risco de um novo “drible” partidário, nesta quarta-feira (12), já que ela tentou se filiar ao PL no mesmo dia em que assinou com o Podemos.
A disputa pelas duas vagas ao Senado promete ser cruenta no Paraná.
O ex-presidente Jair Bolsonaro pressiona para que Filipe Barros (PL-PR), seu ex-líder na Câmara, concorra ao Senado pelo PL no ano que vem. Nos próximos dias, Bolsonaro desembarcará na capital paranaense para anunciar seu pupilo ao Senado.
Em 2022, o PL e o governador Ratinho Jr. (PSD) teriam acordado que uma vaga ao Senado em 2026 seria do partido de Bolsonaro, enquanto a outra ficaria sob influência de Ratinho.
O presidente Lula (PT), por sua vez, busca ampliar a bancada progressista no Senado, sondando nomes como Luciano Ducci (PSB) ou Rafael Greca (PSD) em potencial disputa.
O PT planeja focar Enio Verri para o governo estadual, com a deputada Gleisi Hoffmann, outrora senadora do partido, buscando reeleição na Câmara.
Dito isto, a movimentação de Alvaro Dias sugere um tabuleiro político repleto de incertezas. Enquanto ele busca recuperar seu espaço, enfrenta o risco de ser “passado para trás” novamente, agora por Cristina Graeml.
Como confusão pouca é bobagem, o novo partido de Cristina Graeml pode integrar oficialmente a base do governo Lula. Hoje, a legenda é considerada “independente” e o presidente da República planeja ainda para este mês conversas com os líderes nacionais do Podemos.
Com a direita fragmentada e a esquerda se reorganizando, o Paraná se prepara para uma corrida eleitoral acirrada em 2026.
E você, leitor, o que acha? Quem deve ocupar essas duas cadeiras no Senado? Comente e participe do debate!