Esmael Morais em seu blog --------
Ex-policial penal bolsonarista que assassinou petista cumprirá pena integralmente no Complexo Médico Penal
O governo Ratinho Júnior (PSD) decidiu: Jorge Guaranho, o ex-policial penal condenado pelo assassinato do petista Marcelo Arruda, cumprirá sua pena de 20 anos em regime fechado no Complexo Médico Penal (CMP). A resposta ao Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) será oficializada nos próximos dias, encerrando especulações sobre uma possível conversão da pena para um regime mais brando.
A decisão vem após a determinação do desembargador Gamaliel Seme Scaff, que solicitou ao CMP um parecer sobre a viabilidade de manter Guaranho encarcerado. Com a resposta afirmativa do governo, o ex-policial penal continuará detido na unidade administrada pela Secretaria de Segurança Pública do estado.
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Governo do Paraná opta por endurecer cumprimento da pena
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A confirmação do regime fechado representa um posicionamento firme do governo Ratinho Júnior diante das pressões políticas e jurídicas que cercam o caso. Setores do bolsonarismo defendiam uma flexibilização da pena, alegando condições médicas adversas do condenado. Por outro lado, a manutenção da prisão reforça o discurso de que crimes com motivação política não terão tolerância no estado.
A decisão do governo Ratinho Júnior, embora considerada a mais correta, pode ter desdobramentos políticos. A resposta garantindo a prisão do ex-policial penal pode ser mais uma pedra no sapato com potencial de impedir a caminhada, juntos, de Ratinho Júnior e do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2026.
A decisão também afasta um desgaste com o governo Lula, do qual o PSD, partido de Ratinho Júnior, faz parte. O governador mira uma projeção nacional em 2026 e precisa equilibrar alianças para manter-se competitivo.
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Caso Guaranho e a repercussão política
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Jorge Guaranho foi condenado pelo Tribunal do Júri a 20 anos de prisão pelo assassinato de Marcelo Arruda, em 2022. O crime ocorreu em Foz do Iguaçu, quando o então policial penal invadiu a festa de aniversário do petista e abriu fogo contra ele, que revidou, mas não resistiu aos ferimentos.
A decisão do governo Ratinho Júnior de manter a pena em regime fechado coloca um freio em tentativas de flexibilização da prisão de Guaranho. O governador demonstra que não pretende abrir espaço para polêmicas que possam comprometer sua imagem antes das próximas eleições.
Como o seguro já morreu de velho, Ratinho Júnior busca novos companheiros para a sua empreitada presidencial, como já mostrou antes o Blog do Esmael.
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A decisão está tomada
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Com o governo do Paraná cravando a manutenção de Guaranho no Complexo Médico Penal, o caso ganha um desfecho definitivo no âmbito estadual. No entanto, os impactos políticos seguirão reverberando, especialmente entre aliados de Jair Bolsonaro e setores da direita que ainda tentam minimizar a gravidade do crime.
A definição também sinaliza que Ratinho Júnior não quer correr riscos desnecessários em sua jornada rumo a 2026. E, no xadrez político, toda jogada importa.
Em agosto de 2022, um parecer do governo do Paraná afirmou que a CMP não tinha condições de receber Jorge Guaranho. No entanto, após 48 horas de intensa pressão, o Palácio Iguaçu retirou a decisão de prisão domiciliar ao bolsonarista, e a Justiça determinou novamente sua prisão preventiva [na época, antes da sentença definitiva].