Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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por Alexandra Moura -------------
Praticamente um click bait pra fazer parecer que o governo começaria a se movimentar agora para corte de relações com Israel, nada mais longe da realidade.
As relações comerciais militares com Israel seguem suspensas, e ao ler a matéria entendemos o tom propagandístico da headline quando vemos que Mauro Vieira é bem claro ao dizer:
"Muitos aspectos precisam ser considerados (...) Um dos aspectos, certamente, envolve a reação dos militares brasileiros, que prezam muito a cooperação com Israel".
Então os militares precisam gostar da ideia, estar de acordo, se sentirem agradados. Este é um governo tutelado pelos milicos tanto quanto foram os outros governos. Por incrível que pareça, quem mais deu trabalho e se rebelou contra as decisões dos militares foi Bolsonaro. Seria cômico se não fosse trágico.
Quando se menciona o corte de relações diplomáticas, o chanceler continua tergiversando:
"O Brasil mantém sua embaixada em Tel Aviv, embora sem um embaixador (...) Fechá-la, segundo Amorim, prejudicaria muito o atendimento aos brasileiros que vivem em Israel e na Jordânia, e mesmo em Gaza".
Há 20 brasileiros presos nas masmorras israelenses, dos quais não há notícias, muitos sequer possuem acusação, não têm sequer acesso a advogado, e o que a embaixada tem feito a respeito? NADA. Mas agora usa os brasileiros que vivem na região como desculpa para recusar o rompimento diplomático.
Cinismo tem limites.