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RT Brasil ----- Os países do BRICS defenderam publicamente o reconhecimento do Estado da Palestina como membro pleno das Nações Unidas com base nas fronteiras internacionalmente reconhecidas de 1967 e com Jerusalém Oriental como sua capital.
A posição foi expressa neste domingo (6) na declaração final da cúpula do grupo realizada no Rio de Janeiro e marca uma das manifestações mais diretas já feitas pela aliança sobre o tema.
"Reafirmamos nosso apoio à adesão plena do Estado da Palestina às Nações Unidas no contexto do compromisso inabalável com a Solução de Dois Estados", diz o documento, que também faz referência à Iniciativa de Paz Árabe e às resoluções pertinentes do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral da ONU.
Os líderes da organização — que agora reúne Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Irã e Indonésia — defenderam ainda a retirada completa das forças israelenses da Faixa de Gaza e de "todas as demais partes do Território Palestino Ocupado", além da libertação de reféns e detidos.
O texto condena a obstrução à entrada de ajuda humanitária e o uso da fome como método de guerra. "Exortamos as partes a se engajarem, de boa-fé, em novas negociações com vistas à obtenção de um cessar-fogo imediato, permanente e incondicional", destaca a declaração, que também reforça a necessidade de garantir "acesso e entrega sustentados e desimpedidos da ajuda humanitária".
Além de exigir o reconhecimento do Estado palestino, os BRICS cobraram representação da Palestina em todas as instituições multilaterais, incluindo as financeiras.
"Afirmamos a necessidade de representação adequada da Palestina em todas as organizações internacionais relevantes, incluindo instituições financeiras multilaterais", afirma o texto.
A declaração também rechaça qualquer tentativa de deslocamento forçado da população palestina, alterações demográficas em Gaza e a ocupação ilegal de territórios. Os líderes apoiaram explicitamente as medidas cautelares determinadas pela Corte Internacional de Justiça no processo movido pela África do Sul contra Israel, que reafirmam a obrigação legal de Tel Aviv em garantir a entrada de ajuda humanitária em Gaza.
Por fim, os BRICS saudaram a convocação de uma conferência internacional de doadores para a reconstrução de Gaza, marcada para ocorrer no Cairo, e afirmaram que a reconstrução do território deve ocorrer com "papel central dos palestinos", respeitando o direito à autodeterminação.