por Rose Dranka ---------
A fotografia acima não é apenas um registro: "é um marco histórico de ruptura", um retrato brutal de um país que volta a flertar com seus piores fantasmas. Nela, um policial militar, de arma em punho, mira estudantes desarmados dentro do prédio histórico da UFPR — um espaço que, por mais de **100 anos**, simbolizou **conhecimento, liberdade e resistência**.
Essa cena **choca, indigna e revolta**. Não se trata apenas de uma invasão física; é um **ataque direto à autonomia universitária** e à própria ideia de universidade como espaço seguro para o pensamento crítico. É o **choque frontal entre o poder armado do Estado e o direito constitucional à livre manifestação**.
Por mais de um século, os corredores da UFPR foram palco de debates, ciência e democracia. Agora, **o que se vê é o impossível tornado real**: **policiais fardados, armados, ocupando e transformando um espaço de diálogo em cenário de guerra**.
A imagem **não pode ser normalizada**. Ela é um **símbolo da escalada de violência estatal** contra a juventude, contra a educação pública e contra a liberdade de expressão. Cada olhar, cada gesto, cada arma apontada **escancara uma mensagem perigosa**: a de que a força se sobrepõe ao direito, e o medo substitui o diálogo.
Trata-se de um **ponto de inflexão histórico**. Um dia em que os muros da universidade, que deveriam proteger a pluralidade de ideias, foram atravessados pelo braço armado do Estado.