Venezuela alerta que ação militar norte-americana seria “calamidade” para os EUA

Declaração ocorre após o deslocamento de navios de guerra da superpotência militar para o Mar do Caribe, acirrando as tensões -------------------- por Henrique Rodrigues na Revista Forum ------- Neste sábado (30), a vice-presidente da Venezuela, Delcy Rodríguez, afirmou que qualquer ofensiva dos EUA contra o país seria um erro com impacto regional e uma “calamidade” para Washington. Em vídeo publicado nas redes, gravado durante um ato de alistamento militar na refinaria El Palito, no Estado de Carabobo, ela declarou: “Senhores falcões dos Estados Unidos, acalmem-se, tranquilizem-se, porque vão causar um grande dano ao seu próprio país. A Venezuela estará pronta e preparada. O povo venezuelano está pronto e preparado.” A manifestação ocorre após o envio de navios de guerra norte-americanos ao mar do Caribe, área que banha a costa venezuelana, sob o argumento de reforçar ações antidrogas. O movimento acentuou o embate verbal entre Caracas e o governo de Donald Trump. No plano externo, Nicolás Maduro remeteu carta ao secretário-geral da ONU, António Guterres, qualificando a movimentação militar como “ameaça sem precedentes” à paz regional e apontando violações de tratados internacionais. Internamente, o presidente ordenou o alistamento de milicianos e apareceu de farda em visitas a tropas, afirmando defender “a paz e a soberania nacional”. A escalada verbal também se dá após Washington classificar o Tren de Aragua e o cartel de Sinaloa como “organizações terroristas globais”. Paralelamente, o Departamento de Estado mantém recompensa de US$ 50 milhões por informações sobre autoridades venezuelanas acusadas de narcotráfico, incluindo o próprio Maduro. -------------------- Mensagem econômica e comunicacional de Delcy Rodríguez --------- Delcy Rodríguez afirmou que a Venezuela enfrenta “guerra psicológica, financeira e comunicacional”, atribuindo às sanções prejuízos bilionários ao setor petroleiro do país. Em suas palavras: “Quem promove a guerra desde o Norte deve entender que a Venezuela não é uma ameaça, mas uma esperança.” Segundo ela, a defesa do país é “legítima, pacífica, mas decidida”.