Eduardo Cunha e o monopólio de Jesus Cristo na internet


Se alguém quiser ganhar dinheiro na net com Cristo, terá de falar com Eduardo Cunha. O presidente da Câmara dos Deputados é proprietário de quase 300 domínios religiosos e gasta de R$ 8 mil a R$ 11 mil para mantê-los

Vazou nessa semana uma lista que contém domínios na internet controlados pelo deputado federal e presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB). São mais de 280 endereços digitais registrados em seu CPF, segundo o site Pastebin. A grande maioria dos sites não está no ar, sem conteúdo, mas tem conotação religiosa. Entre eles, o portal oficial do mandato de Cunha.
dos 288 domínios, 175 levam “Jesus” na URL, ao lado de nomes de grandes grupos como UOL, Youtube, Facebook, Gmail, Google, Globo. Uma parcela também remete à comercialização de produtos, como o “compradecrente.com.br”, “compraabencoada.com.br”, “crentecompra.com.br” e “shoppingjesus.com.br”. Os outros poussem palavras como “deputado federal”, “louva”, “benção”, “eleições”. Cunha é declaradamente evangélico e tem fortes relações com parlamentares e lideranças do meio.
Veículos de comunicação que noticiaram a lista calculam que Cunha deve despender, em média, R$ 8 mil com o controle dos domínios por ano. Isso porque os preços de cada endereço gira em torno de R$ 30. A Locaweb, uma das maiores empresas do ramo, cobra cerca de R$ 40 anuais pelo registro de domínio. Desse modo, a conta poderia chegar a R$ 11 mil.
A assessoria do parlamentar ainda não se manifestou sobre o assunto. No ano passado, a Folha de S. Paulo publicou, em dezembro, que Cunha é recordista em pedir à Câmara o reembolso por algumas despesas que considera gastos em função do mandato. Só a conta de telefone do peemedebista ultrapassou, em 2014, a casa dos R$ 120 mil – uma média de R$ 10,8 mil por mês, segundo o jornal. Para efeito de comparacação, o deputado Vicentinho, ex-líder da bancada do PT, gastou menos de 20% que Cunha.
A compra de tantas expressões com referências religiosas é consoante com a militância de Cunha junto às questões caras à bancada evangélica na Câmara. Ele também é conhecido por propor projetos de lei contrário à conquista dos direitos dos gays e das mulheres. Ele desenterrou este ano o projeto que cria o “Dia do Orgulho Heterossexual”, termo criado por ele. Ele também é autor da maioria dos projetos anti-aborto.

GGN