Ao contrário da propaganda de Ratinho Jr, a maior parte dos(as) professores(as) não recebeu qualquer reajuste além dos 3%

- - - Não foram só funcionários(as) de escola que ficaram de fora do “reajuste” prometido por Ratinho Jr. A nova tabela de vencimentos publicada em fevereiro traz mudanças para apenas 29,5% dos(as) professores(as) na ativa. Ao contrário do anunciado oficialmente e repetido pela mídia comercial, 70,5% dos(as) professores(as) não tiveram qualquer reajuste nos vencimentos além dos 3% referentes a parte da Data-Base As alterações representam uma variação média ponderada de 8,8% nos vencimentos dos(as) professores(as). O valor fica abaixo da inflação de 2021, que bateu 10,06%. Se considerarmos a remuneração total dos(as) professores(as), que passou a incluir uma gratificação de R$ 800, a variação média ponderada foi de 15,89%, segundo cálculos do economista Cid Cordeiro. Ainda distante da média de 20% que o governo anunciou para o conjunto da categoria. Uma parcela pequenas dos(as) educadores(as) que se aposentaram em classes e níveis mais baixos também recebeu reajustes acima de 3%. Mas não é possível precisar a proporção porque o portal da transparência não oferece dados desagregados sobre a folha dos(as) aposentados(as). Quanto aos(às) da ativa, o reajuste de 31%, que Ratinho diz na propaganda ser para todos(as), beneficiou apenas 128 professores(as) do Quando Próprio do Magistério. Além de não trazer ganhos para 70% dos professores(as), as mudanças trazem perdas com a redução das diferenças interclasses, o fim da repercussão do auxílio-transporte sobre férias, terço de férias e 13º salário, mais o congelamento do auxílio-transporte. No nível 3 nenhuma classe teve adequação de valor. No nível 2, apenas as classes 1, 2 e 3 foram beneficiadas. No nível 1, tiveram reajuste só as classes de 1 a 7 e nada para as de 8 a 11. “As classes do nível 3 e as classes finais do nível 2 não tiveram nenhuma alteração de valor na tabela de vencimentos. É onde está o maior número de professores”, observa Cid Cordeiro. “No nível especial, as classes 1, 2 e 3 tiveram adequação de valor de 31%, mas nesse nível temos apenas cinco professores”, completa. Achatamento A nova tabela desconstrói o Plano de Carreiras dos(as) professores(as), conquistado ao longo de anos de luta. A diferença de valores entre as classes era de 5% e foi alterada para de 1 a 5%. Com isso, os integrantes de classes mais avançadas terão salários menores no final da carreira. Com a nova tabela de vencimentos, o Governo do Paraná não está cumprindo a Lei do Piso, pois o valor mínimo só é atingido considerando equivocadamente o valor da licenciatura plena, quando deveria incidir sobre o Nível Especial (Magistério / Licenciatura Curta). A APP defende que a aplicação do piso deve repercutir por toda a tabela de vencimentos. O malabarismo numérico do Governo Ratinho Jr ao apontar ganhos salariais para os(as) professores(as) fica evidente também se considerarmos o fim da repercussão do auxílio-transporte no 13º salário, férias e terço de férias. “O auxílio transporte era pago em 13,33 parcelas; agora vamos receber 11 parcelas em um ano”, explica Cordeiro. Em Assembleia Estadual no último sábado, a categoria deliberou por uma ampla mobilização em defesa da correta aplicação do Piso e do pagamento da Data-Base – a luta que nos unifica. Acompanhe nossas redes, engaje-se na campanha salarial que será lançada em breve e mobilize-se para a luta por direitos e em defesa da carreira! - - - AAP Sindicato