O bolsonarista que fugiu da guerra na Ucrânia

"TIAGO ROSSI - O BOLSONARISTA QUE FUGIU DA GUERRA NA UCRÂNIA ----- Em 2018 ele foi hospitalizado, em estado grave, após receber descarga elétrica de uma máquina de alta pressão. Segundo seus familiares, não ficou com sequelas cerebrais. Por conta do que aconteceu agora, essa afirmação me parece questionável. Instrutor de tiro, 28 anos, morador de Maringá (PR) e negacionista, se voluntariou para ir à Ucrânia lutar na Legião Estrangeira contra a Rússia. No último fim de semana gravou um vídeo em que afirma que a base da unidade foi destruída por um caça das Forças Aeroespaciais russas. Na gravação aparece dizendo que “não imaginava o que era uma guerra”. E o bravo combatente fugiu para a Polônia. As redes sociais de Tiago são um lamaçal repleto de publicações em apoio a Bolsonaro e contra o “esquerdismo”.(1) Em março do ano passado convocou seus amigos do Facebook para uma manifestação a favor da “intervenção militar”. “Fora STF” e “chega de corrupção”, diz o post compartilhado por ele.(2) O cara é contrário ao uso de máscara, mas talvez passe a usar uma agora pra não ser reconhecido em público, depois do vexame que protagonizou." ----- (1) (2) transcrito do DCM. ----- Arte do Gervásio Castro Neto -------------------------------------------------------
Os mercenários da guerra e a cultura pop ocidental ---- *Um agradecimento especial aos membros do grupo* ------- Mercenários fantasiados de "voluntários" de várias partes do mundo que entraram na Ucrânia para lutar contra a Rússia, mal cruzaram a fronteira da Polônia e tomaram uma saraivada mísseis na cabeça. Parecia até os pracinhas brasileiros subindo o Monte Castelo na Itália, sob comando do super incompetente com 4 estrelas no ombro, o tal de Mascarenhas de Morais. Foi uma carnificina, os brasileiros com armamento pífio, passando frio, usando botas inapropriadas foram colocados para subir uma colina correndo com o inimigo atirando lá de cima. Essa foi a principal participação do Brasil na II Guerra Mundial. Mascarenhas, obviamente, foi imediatamente tirado para idiota, inábil, glutão e não foi afastado do comando, mas se tornou uma espécie de “café com leite”, não apitava mais nada, aquela divisão brasileira passou a ser comandadas na prática pelo comandante estadunidense Mark Clark e ganharia o apoio de mais duas divisões dos EUA. Para se ter noção da tragédia, nenhum soldado dos EUA morreu no conflito, a divisão alemã nazista que lutava na localidade perdeu apenas 47 soldados e o Brasil, mesmo em maioria absoluta, teve inacreditáveis 417 mortos. Pois bem, os tais “voluntários” que adentraram na Ucrânia, não apenas brasileiros, mas também gente dos Estados Unidos e Inglaterra, começaram a publicar vídeos chorando e em desespero fugindo em desespero daquele país, alguns dizendo para não irem para lá porque a disparidade de equipamentos é grande e o exército russo não está para brincadeira. O curioso é que todos possuem o mesmo perfil: jovens entre 20 e 40 anos de idade, bombadinhos, reacionários, idólatras de armas, participantes de clubes de tiro, americanófilos, burros, aculturados, socialmente desajustados, muitos ex-militares, sem perspectiva de vida, pois estão falidos economicamente pelo próprio neoliberalismo que eles juram a bandeira E sabem o que eu pensei aqui? Na figura que a cultura pop trás do mercenario e como isso tá se esfarelando com esses papos aí que começaram a pular nos tiktoks, instagrans e facebooks da vida. No vídeo de hoje foi um soldado inglês dizendo que quando chegou lá, não cumpriram nada do que foi prometido. O armamento era pífio, poucos coletes e uma nítida disparidade militar e tecnológica entre eles - os terroristas do ocidente - e os russos, ao final ele bradava e repetia, “não venham, é uma armadilha”. Minha vontade era de entrar no vídeo e responder, “legal cara, você está puto porque não tinha munição e nem colete, mas bicho, é exatamente por não ter um exército em condições de igualdade que a Ucrânia lhes solicitou, né”? Acontece é que esses jovens vivem na hegemonia cultural unipolar da cultura pop aqui no ocidente. Quando são crianças leem As Aventuras de Tintim, um jovem belga que retrata racismo e colonialismo no Congo; mais velhos assistem o Rambo e Chuck Norris metralhando vietcongues magrelos, desdentados e descalços; depois foi Van Dame metralhando árabes e asiáticos; Steven Seagal lutando contra indígenas mafiosos e estupradores no interior dos Estados Unidos - em todos os casos repletos de estereótipos. Os mais jovens assistem as respectivos “Telas Quentes” de seus países colocando o Jason Staham usando um fuzil e duas granas pilotando lanchas e aeronaves para matar sozinho uns 50 mafiosos russos, árabes, latinos ou asiáticos - todos retratados como burros, brutos e animalizados. As figuras de guerra que essas gerações tiveram foram sempre de uma coalização liderada pelos Estados Unidos, mas contando com apoio da Inglaterra, Espanha, Dinamarca, França, Polônia, Austrália, Canadá, Israel, etc, etc, etc. O mundo livre x o mundo subdesenvolvido do oriente, onde os EUA sempre batia com facilidade nações como Iraque, Afeganistão, Palestina e Líbia. Era fácil dizimar um país com ataques aéreos e drones, depois os rambos com coletes e proteção de jogadores de futebol americano, visões noturnas e fuzis que acertam um alvo com 5 km de distância, assassinando caras magrelos, descalços e com AK’s-47 dos anos 1970. Já os brasileiros bolsominions que foram pra lá, esses dispensam comentários, são os piores de todos: acreditaram piamente que iriam atirar em alvos imóveis como nos seus clubes de tiro, que atirariam nas suas mulheres, em Sem-Terras, em indígenas ou em vereadoras, como Marielle Franco. Pena que alguns voltaram vivos, por mim ficariam todos por lá, afinal, para exército mercenário não é obrigado a respeitar a Convenção de Genebra. Uma pena mesmo, os que viveram vão voltar para fazer merda no Brasil e servirem de milícia nas nossas cidades. Pedindo uma licença poética e fazendo uma releitura, uma versão que o mestre Rogério Skylab escreveu em outra ocasião, confesso até sonhei com uma cena aqui: ONDE EU ERA O JASON STATHAM ÀS AVESSAS. Carregado com uma pistola automática, um fuzil AR 15 e metralhadora macaquinha com pentão de goiabada, adentrei ao acampamento brasileiro. O primeiro teco foi na cabeça do Bombadinho com Orelha de Repolho. Com o Mineirador de Bitcoin enterrei-lhe uma berinjela de Itu na boca e gritei: "Vende NFT e mineira moeda fake agora, filha da puta!". Já com o Bolsominion Falido, sentei o dedo no gatilho da macaquinha e o Instrutor de Clube de Tiro foi junto, em meio a uma canção vagabunda: "Inútil, a gente somos inútil". De repente, apareceu um INCEL fã de Danilo Gentilli e de Ultrage a Rigor!, e eu fiquei com medo: ele era um cão chupando manga e com um pau minúsculo. Apelei pro fuzil Ar15, já caiu no chão fedendo. O olavista, o estuprador fã de MBL e o cara que doa SuperChat para o Allan dos Santos tiveram o mesmo destino (e se tivesse o cristão beligerante e fascista com toda a sua igreja, idem). Aí no final, apareceram os fantasmas: Léo Índio, Carluxo, Eduardo Bananinha, Carla Zambeli, Sara Winter e Daniel Silveira... nem preciso dizer, né. VALA! Eu já ia embora e vi o Guga Chacra e as meninas e meninos da bancada da GloboNews. Mantinham-se ainda vivos em meio à carnificina. Mas resolvi não deixar ninguém pra contar história... 2 - Um agradecimento especial aos membros do grupo Em janeiro este grupo completou um ano, a quantidade de causos e análises escritas aqui dariam não apenas um, mas uns dois ou três livros. Todo mundo aqui presente é parte de disso. Já imaginando essa parceria aqui construída, começamos a planejar, há cerca de cinco meses o primeiro encontro presencial da rapaziada (que podia se deslocar até aqui, obviamente). Este primeiro ocorreu aqui em Florianópolis, onde alugamos uma casa e mais algumas pessoas vieram para outras pousadas e casas de parentes no local. Choveu bastante, mas aquilo que parecia um revés da meteorologia acabou por se tornar um bônus, com o excesso de água, ficamos todos os dias comemorando, conversando, aprendendo, ouvindo música, bebendo cervejas, drinks, trocando livros, fazendo muito churrasco e muita festa. O resultado é muita saudade e a amizade ainda mais fortalecida. O próximo encontro já está pré-marcado para Junho ou início de Julho, quando um dos administradores do grupo, Jean Santana que reside fora do Brasil estará por aqui para uma breve férias. Tal encontrão ocorrerá na cidade de Curitiba, a capital do golpe de 2016, mas que iremos petralhar totalmente em 2022.” ----- Um abraço ---- por Vinícius Carvalho