O Paraná parou: mobilização histórica e paralisações em todo o estado marcam a retomada das ruas

Foto: QuemTV ------- A força da mobilização possibilitou uma reunião com o governo, que até então ignorava os pedidos das entidades sindicais para negociar. Saiba como foi. ----- O grito reprimido na garganta dos(as) servidores(as) do Paraná foi libertado nas ruas e nas redes neste 29 de abril. Educadores(as) paralisaram suas atividades em escolas de todo o Paraná e uma multidão tomou as ruas da capital. Dezenas de atos descentralizados também ocorreram em diversas regiões do estado, reunindo trabalhadores(as) que não puderam vir a Curitiba. Centenas de escolas aderiram totalmente à greve e ao menos 5 mil pessoas participaram da marcha na capital, em uma data simbólica pelo duplo sentido histórico: o 29 de abril de 2015, quando o governo Beto Richa agrediu brutalmente milhares de servidores(as), e a semana de aniversário da APP-Sindicato, que completou 75 anos no dia 26. ----- Governo se vê forçado a dialogar----- Além de professores(as) e funcionários(as) da ativa e aposentados(as), estudantes e servidores(as) da saúde, das forças de segurança, do judiciário e outras áreas engrossaram a luta por data-base, respeito, direitos e o fim do massacre promovido pelo governo Ratinho Junior. A força da mobilização possibilitou uma reunião com o governo, que até então ignorava os pedidos das entidades sindicais para negociar. “Apresentamos a pauta que nos unifica enquanto servidores públicos estaduais, com quatro pontos”, afirmou a presidenta da APP, Walkiria Mazeto, após a reunião.
foto Gibran Mendes / CUT Paraná ----- “Mas não podemos nos enganar. Qualquer possibilidade de avanço depende da continuidade da luta e da mobilização da categoria”, complementa. Os quatro pontos da pauta básica são o pagamento de 15,39% de reajuste salarial em maio; a redução do teto de contribuição dos aposentados(as) à Previdência; o destravamento de promoções, progressões, anuênios e quinquênios; e que não seja lançada falta no dia de mobilização. Os 15,39% de reposição salarial é o somatório da data-base de 12% desse ano, mais 3,39% devidos pelo Governo desde 2015. “Esses percentuais recompõe partem da dívida que o Estado tem conosco”, resume Walkiria. As perdas salariais dos servidores já chegam a 34%, despois de seis anos sem reajuste. O Fórum Estadual dos Servidores( FES) apresentou estudos que comprovam a capacidade do Governo de pagar nesse ano o reajuste reivindicado. “Teremos nova reunião em no máximo em 15 dias, para confrontar números e em maio garantir a nossa data base”, diz a presidenta da APP. Walkiria afirma que é importante manter a categoria mobilizada, para garantir o pagamento da data-base. “Isso é importante para terminar maio com nossa data-base garantida”, explica. “Há travas eleitorais este ano, que dificultam zerar toda a dívida do Governo com a data-base, mas precisamos garantir a implantação daquilo que é possível: os 12% desse anos mais os 3,39% que já tem lei prevendo o pagamento”, detalha.