Piloto russo envolvido em troca negociada com EUA diz que foi torturado em prisões americanas

Sputnik Brasil - O piloto russo Konstantin Yaroshenko, envolvido em uma troca negociada com os Estados Unidos, afirmou que foi torturado em prisões americanas, após pousar em Moscou, nesta quarta-feira (27). Yaroshenko, condenado a 20 anos de reclusão nos EUA, em 2011, sob a acusação de transportar grandes carregamentos de cocaína ao país, voltou à Rússia após negociação entre os países. Do outro lado da troca, o cidadão norte-americano Trevor Reed foi condenado a nove anos de prisão na Rússia, em 2019, depois de agredir policiais que tentaram detê-lo por seu comportamento indisciplinado. Ao aterrissar em solo russo, Yaroshenko revelou que sua saúde "não estava muito boa" devido à tortura nos EUA. "Apenas agora, quando vi minha esposa e minha filha, percebi que finalmente voltei para casa", disse Yaroshenko à emissora Rossiya 1 ao chegar a Moscou. "[Isso se deve] ao que as autoridades dos EUA fizeram comigo durante esses 12 anos desde o momento do sequestro até o momento da tortura. A atitude em relação a mim nas prisões americanas não foi a melhor." O piloto russo disse que ficou "espremido, envolto em correntes, até o último momento, até o último segundo, até que o americano fosse retirado do avião". Ao anunciar o acordo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou que a troca foi resultado de um longo processo de negociações com os EUA. ------ MD russo: tortura de militares russos por ucranianos segue ignorada pela comunidade internacional ----- Nesta quarta-feira o chefe do Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa da Rússia, Mikhail Mizintsev, afirmou que a Rússia criou as condições necessárias para tratar seus prisioneiros ucranianos de acordo com a convenção de Genebra, ao contrário do que demonstra o regime de Kiev. Segundo a Defesa russa, organizações internacionais como ONU, OCDE e Comitê Internacional da Cruz Vermelha deixam sem atenção o tratamento cruel praticado pelos militares ucranianos em relação aos prisioneiros de guerra russos, enquanto fatos sobre isso estão sendo divulgados na Internet e na mídia. A entidade russa também destacou que os países ocidentais estão cientes de violações do direito internacional humanitário por Kiev, mas ajudam as autoridades ucranianas a escapar da responsabilidade. "[...] Ainda em 1º de abril deste ano Kiev comunicou ao Reino Unido que não planeja cumprir as Convenções de Genebra em relação aos prisioneiros de guerra russos." Além disso, autoridades ucranianas pedem para que países ocidentais convençam Comitê Internacional da Cruz Vermelha a parar de tentar ganhar acesso aos prisioneiros de guerra russos.