A ciclovia iniciada na cidade de Antonina, litoral do Paraná, está recebendo apoio da maioria da população local porque reduz significativamente o risco de acidentes com ciclistas na avenida Thiago Peixoto, principal acesso à cidade, e por onde circula grande número de ciclistas, incluindo crianças para as escolas da região. Com o grande tráfego de caminhões na pista em direção ao Porto, nos últimos meses o número de acidentes envolvendo ciclistas estava crescendo.
O primeiro projeto urbanístico e arquitetônico para a construção de uma ciclovia de 83 km de extensão entre os municípios de Morretes e Antonina, no Litoral, foi entregue para o Governo do Estado em 2015. Os estudos foram contratados pela Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) por R$ 200 mil.
A ideia, cuja obra foi orçada na época em cerca de R$ 30 milhões, contemplava a implantação de 58,8 km de ciclovia em Morretes e mais 24,2 km em Antonina - desde a Ponta da Pita. De acordo com o governo a ciclovia iria beneficiar o Litoral, tanto no fomento do turismo como no bem-estar e na segurança dos moradores que usam a bicicleta como meio de transporte.
A ciclovia deveria passar por cerca de 30 pontos turísticos nas cidades litorâneas, tais como o Porto de Cima, Ponte Velha, Boia Cross, Estrada de Itupava e Ponte Rio do Nunes, partindo da Estrada da Marta, em Morretes, e das Avenidas Peixoto e Conde Matarazzo, em Antonina.
Mas nada aconteceu nesse tempo. O projeto inicial não saiu do papel.
Felizmente na semana passada a ciclovia foi iniciada na Avenida Thiago Peixoto, na administração do prefeito José Paulo Vieira Azim (PSD), com emenda ao orçamento do deputado estadual Goura (PDT).
A articulação entre ativistas e pesquisadores com o poder público garantiu a construção da ciclovia na via mais movimentada de Antonina, uma das cidades mais antigas do Paraná e que tem a bicicleta como principal meio de transporte para 29% da sua população.
Os recursos para a obra foram viabilizados pelo deputado estadual Goura (PDT) por meio de emenda parlamentar do programa Paraná Mais Cidades.
Os pesquisadores e autores do artigo “Antonina: de bicicleta todo dia”, David Couto, José Carlos Belotto e Silvana Nakamori, apontam a Avenida Thiago Peixoto como o ponto mais crítico para a segurança dos ciclistas na cidade.
Segundo a pesquisa, a contagem volumétrica registrou que quase 30% das pessoas que passaram pela região estavam de bicicleta, contra quase 43% de automóveis.
A Avenida Thiago Peixoto é o único acesso rodoviário à Antonina para quem vem de outras cidades e também único acesso para o Porto de Antonina. Apesar do grande fluxo de ciclistas, não há espaço seguro para a circulação deles.
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União da comunidade
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O projeto de construção de uma ciclovia na Avenida Thiago Peixoto vem sendo gestado desde 2018, quando foi realizado o 1º Fórum de Ciclomobilidade de Antonina. Naquele ano, o então vereador Goura, foi um dos idealizadores do evento.
No 2º Fórum, realizado em 2019, já deputado estadual, Goura anunciou que iria destinar uma emenda para que o projeto saísse do papel. A partir disso, a Associação dos Ciclistas do Alto Iguaçu (Cicloiguaçu), sob a coordenação de Henrique Jakobi, fez o projeto que foi apresentado à Prefeitura de Antonina.
“Foi uma articulação que partiu principalmente dos eventos e da ação que o Programa Ciclovida da UFPR realizava aqui em Antonina, das oficinas de Festival de Inverno, das publicações que a gente fez e dos Fóruns de Ciclomobilidade. Estamos sempre produzindo pesquisas, dados e resultados que geraram demandas”, afirmou David Couto, professor, escritor e pesquisador nas áreas de ciclomobilidade, participação, cultura e meio ambiente.
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Ciclovia de mão dupla e bicicletários-------
O projeto aprovado e iniciado na semana passada prevê a implantação de uma ciclovia de mão dupla com extensão de 1,6 km, incluindo sinalização horizontal, sinalização trânsito, bicicletários e placas informativas.
Para isso, foram disponibilizados um total de R$ 252.812,61, sendo R$ 189 mil por meio de emenda parlamentar do programa Paraná Mais Cidades e o restante vem da contrapartida da prefeitura municipal.
O prazo de execução das obras após finalizado o processo de licitação, segundo informações da prefeitura, é de 120 dias.
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Extensão da malha cicloviária para integrar o litoral------
O deputado Goura afirmou que a ciclovia na Thiago Peixoto é uma importantíssima conquista para garantir mais segurança a partir de infraestrutura para os ciclistas de Antonina e também para chamar a atenção sobre a importância de investimento público para a criação de uma malha cicloviária interligando todo o litoral paranaense.
“Já existe o uso consolidado da bicicleta em todo o litoral do Paraná, mas em especial a gente está falando de um uso que não vem acompanhando de investimento por parte do poder público, melhorias de infraestrutura e no fortalecimento de uma cultura de respeito aos ciclistas”, observou.
“Nós entendemos que é um primeiro passo para que haja toda uma extensão dessa malha cicloviária conectando a Ponta da Pita e o centro histórico de Antonina junto com outras propostas para fortalecer não só a mobilidade no dia a dia dos cidadãos, mas também o turismo”, acrescentou Goura.
O Mandato Goura também defende a construção de uma ciclovia turística junto a malha ferroviária que liga Antonina a Morretes.
“A gente precisa pensar essa integração do litoral do Paraná, em especial a partir de Antonina, na perspectiva de um turismo sustentável, do cicloturismo e cada vez mais um investimento ativo e direcionado por parte do poder público para que a bicicleta tenha cada vez mais um protagonismo nas cidades do litoral”, destacou.
Assinatura para o início das obras na quinta-feira passada (24), o prefeito de Antonina, José Paulo Vieira Azim (PSD), o deputado Goura (PDT) e convidados.
