A Líbia revolucionária no ano de 1985: Viva Kadafi!

No ano de 1985 estive na Líbia pela primeira vez, depois foram mais 18 viagens no período kadafista, sendo a última viagem meses antes da invasão do país por EUA/Otan (Organização Terrorista do Atlêntico Norte). Os convites para visitar a Líbia partiam da Embaixada líbia ao movimento estudantil do qual participei em Maringá, Paraná, e depois ao Movimento Cineclubista Paranaense em Curitiba. Neste artigo não vou tratar das conquistas econômicas indiscutíveis no período em que o país foi liderado por Muamar Kadafi. O melhopr IDH da África, melhor padrão de vida para a população, onde o povo era sócio das riquezas do país. Maiores detalhes podem ser lidos em www.libiakadafista.blogspot.com Neste artigo vou me ater ao clima revolucionário pelo qual o país passava após a vitória da Revolução Al Fateh, liderada por Muamar Kadafi. Mais de 37 anos se passaram desde a primeira vez que desembarquei na Líbia pela primeira vez. Mas as lembranças daquele dia estão gravados em minha memória. Neste momento em que estou escrevendo, volto a sentir - ou penso sentir - o aroma das flores ao desembarcar no aeroporto de Trípoli. A surpresa de sentir perfume de flores em um terreno quase desértico, no estacionamento do aeroporto, só não foi maior que o calor que fazia. Por alguns instantes pensei que não suportaria tanto calor, mas a impressão se dissipou rapidamente. Uma van nos esperava. Comigo estavam alguns estudantes de Maringá que participavam do movimento estudantil na universidade estadual local. O motorista, um jovem líbio simpático, nos conduzia até a Mathaba Mundial, um centro de estudos que recebia jovens de vários países para mostrar as conquistas da revolução líbia. Pelo caminho era nítida a expressão de felicidade e alegria das pessoas com o período revolucionário. Afinal, agora, sob a liderança de Muamar Kadafi, casas e apartamentos estavam sendo distribuídos ao povo. Ninguém mais pagava aluguel. A moradia é um direito do cidadão, dizia Kadafi, e os primeiros esforços da revolução Al Fateh foi construir centenas ou milhares de conjuntos habitacionais para os líbios. Nos bairros havia uma maratona de veículos transportando mudanças, eletrodomésticos, para edifícios recentemente construídos. As milhares de tendas que havia nos bairros estavam sendo desmontadas para dar lugar edifícios e residências. Pelas ruas também chamava a atenção o elevado número de veículos novos. O trânsito era caótico mas sempre havia voluntários direcionando o tráfego. Em uma das avenidas centrais vi um grupo de jovens, portando metralhadoras AK-47, descendo de veículos para orientar os motoristas e desfazer os engarrafamentos. Faziam esse trabalho com muita naturalidade. Usavam as armas apenas para mostrar que faziam parte da revolução líbia, mas de nenhuma forma de maneira ostensiva ou ameaçadora. E as pessoas obedeciam aos jovens de maneira tranquila e algumas vezes até alegres. Nas praças de Trípoli vi diversos piqueniques na hora do almoço. Era comum as famílias ou grupos de amigos se reunirem às sombras das tamareiras para almoçar ou fazer um lanche, tomar um café ou um chá, e depois muitos dormiam no gramado. Nos restaurantes e cafeterias as pessoas estavam felizes. Eram todos irmãos, cúmplices numa revolução que derrubou uma monarquia - do Rei Idris - e instituiu o poder popular. Em todos os lugares que visitamos, as universidades eram os locais mais agitados: bandeiras e posters sobre a vitória da revolução Al Fateh nos corredores e salas de aulas. Os jovens estavam felizes porque estavam construindo uma sociedade nova, soberana, onde o povo tinha o poder e as armas. Durante sua visita à sede das Nações Unidas, Kadafi rasgou o documento da entidade e falou que a ONU é uma farsa, uma organização dominada pelas grandes potências que ameaçam os pequenos povos e países do mundo. E durante os anos que se seguiram, o líder Muamar Kadafi jamais traiu os sonhos do seu povo, apesar de despertar a ira do império norte-americano e seus cúmplices assassinos: governos da Inglaterra e França. A invasão da Líbia no ano de 2011 e o assassinato de Muamar Kadafi provaram ao mundo que os países imperialistas - EUA, Inglaterra e França - são as maiores desgraças da humanidade. Conseguiram - com seus cúmplices da OTAN (Organização Terrorista do Atlântico Norte) - destruir a infraestrutura de uma nação e assassinar covardemente seu líder, apenas para roubar petróleo e impedir que o sonho inaugurado pela Al Fateh - a Jamahiriya - chegasse a outros povos e países. ------ José Gil