Após Turquia, presidente croata lista razões para bloquear a candidatura dos nórdicos à OTAN

Sputnik Brasil ----- O chefe de Estado croata, Zoran Milanovic, disse que não apoiaria as candidaturas das nações nórdicas até que a sua vizinha Bósnia, um país cliente dos EUA e da União Europeia (UE), mude suas leis eleitorais para facilitar a eleição de croatas étnicos para cargos locais. ----- A candidatura de Finlândia e Suécia à OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) está longe de ser uma unanimidade no bloco. Depois da Turquia criticar o ingresso dos países nórdicos, o presidente da Croácia também decidiu se posicionar contra a adesão. Zoran Milanovic prometeu instruir o representante permanente do país na OTAN, Mario Nobilo, a votar contra a admissão da Finlândia e da Suécia, até que a disputa da lei eleitoral com a Bósnia seja resolvida. Segundo ele, "os croatas na Bósnia são mais importantes para mim do que toda a fronteira russo-finlandesa", disse Milanovic em entrevista coletiva na quarta-feira (18). Suas declarações foram publicadas pela TV N1. O presidente elogiou as recentes ações da Turquia, dizendo que Ancara mostrou "como lutar pelos seus interesses nacionais". A Turquia impôs uma longa lista de demandas à aliança militar. "A Turquia certamente não cederá antes de conseguir o que quer", assegurou Milanovic, acrescentando que agora Zagreb está fazendo o oposto. "O governo [Parlamento do país] não tem o monopólio da política externa. A Ucrânia não é um problema candente para nós. É isso", enfatizou. Milanovic pediu ao Parlamento, que "tem a última palavra" sobre o assunto, que não ratifique nenhum acordo sobre a adesão da Finlândia e da Suécia à UE até que a questão eleitoral entr Bósnia e Croácia seja resolvida. O pensamento de Milanovic não é uma unânime no país. O ministro das Relações Exteriores croata acusou o presidente de "arruinar" a reputação da Croácia no Ocidente, dizendo que as declarações do presidente eram equivalentes a "chantagem". A Croácia é membro da OTAN desde 2009. As autoridades da Bósnia, que foi bombardeada pela OTAN em 1995 durante as guerras iugoslavas, manifestaram interesse em aderir à aliança, embora menos de 10% dos sérvios étnicos do país apoiem a ideia.