Terrorista brasileiro é chamado de herói na Argentina

O terrorista brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, que tentou disparar um revólver calibre 38 na cabeça da vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner na noite de quinta-feira (1°) no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, está preso e será julgado por tentativa de homicídio. Ele chegou a disparar o revólver, que falhou na hora do tiro. Cristina não se feriu. O atentado aconteceu quando Cristina, que também é a presidente do Senado argentino, acenava para apoiadores na frente de sua casa. Ela não percebeu a tentativa de homicídio porque no momento exato se abaixou para pegar um livro que caiu de suas mãos. A namorada do brasileiro também foi presa, acusada de colaborar e participar da ação terrorista. Ontem a polícia argentina cercou a sede do Centro Cultural Kile Rittenhouse em Buenos Aires. Dirigentes do centro cultural foram às redes sociais elogiar o terrorista brasileiro, chamando de "Herói Brasileiro da Argentina". O centro cultural é um antro de extremistas de direita, financiado por fazendeiros argentinos que se sentem ameaçados pela taxação de fortunas e controle de exportações no atual governo. Cristina deu entrevista a canais de televisão da Argentina e afirmou que esse tipo de crime sempre tem as mãos dos serviços secretos dos Estados Unidos da América, interessados em deter a onda de governos esquerdistas na América Latina. O governo norte-americano emitiu nota condenando o atentado. O ex-presidente Evo Moralez também foi às redes sociais acusar os serviços secretos dos EUA de mais esta tentativa de assassinato de uma liderança de esquerda latino-americana. Ele lembrou que no jargão militar, trata-se de um "lobo solitário", um agente ou colaborador da CIA, acionado para missões terroristas. Na Venezuela dirigentes lembraram que os serviços secretos dos EUA são acusados de envenenar o ex-presidente Hugo Chavez em uma de suas visitas oficiais àquela país.