Após ser eleito deputado, Renato Freitas reassume vaga de vereador em Curitiba

Créditos: Eduardo Matysiak ----- por Lucas Vasques - Revista Forum ---- Depois de uma intensa batalha jurídica, o petista volta à Câmara de Vereadores com o respaldo de mais de 57 mil votos que o elegeram deputado estadual pelo Paraná ------- O vereador de Curitiba (PR), Renato Freitas (PT), reassume, nesta segunda-feira (10), sua vaga na Câmara Municipal da capital paranaense. Ele havia sido injustamente cassado em um controverso processo pelo fato de ter entrado em uma igreja durante um ato político do qual participava, protestando contra as mortes do congolês Moïse Kabagambe e de Durval Teófilo Filho, em fevereiro deste ano. Porém, no dia 23 de setembro, Luís Roberto Barroso, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), restabeleceu o mandato do vereador. Freitas volta à Câmara, depois de ter sido eleito deputado estadual, no dia 2 de outubro. Ele recebeu 57.880 votos. “Amanhã volto à Câmara dos Vereadores de Curitiba, e já na condição de deputado estadual eleito. Inclusive, a votação dos quatro oportunistas que tentaram me cassar, somados, não chega perto da minha. O povo deu um recado em alto e bom som aos racistas de Curitiba”, declarou. O ministro Barroso, ao restabelecer seu mandato, citou o advogado Silvio de Almeida, afirmando que o rito aplicado ao processo de perda de mandato ocorreu no contexto de um país em que o racismo é estrutural, ou seja, é um elemento que integra a organização econômica e política da sociedade. O ato de cassá-lo foi amplamente considerado como persecutório, uma vez que o fato de ter entrado na igreja não seria juridicamente suficiente para considerar que o vereador quebrou o decoro parlamentar. Negro e militante de um partido de esquerda, Freitas foi cassado duas vezes, por 23 votos a 7, em junho e agosto. --- Freitas chegou a se encontrar com o Papa----- Ele e o Partido dos Trabalhadores recorreram ao Judiciário, mas o Tribunal de Justiça do Paraná confirmou a decisão tomada pela Câmara de Curitiba e o caso foi parar no STF. Freitas recebeu amparo e apoio de diversas personalidades do Brasil e do mundo e inclusive foi ao Vaticano, onde se encontrou com o Papa Francisco. O padre Luís Hass, responsável pela Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito de Curitiba, que celebrava a liturgia no momento em que a ação política entrou no templo, havia se posicionado contra a cassação do mandato de Freitas, assim como arcebispo emérito de Curitiba, Dom Cláudio Perusso.