Transição do Governo Lula recebe pedido para suspender pedágio no Paraná

Blog do Esmael Morais ---- Não convidem para o mesmo repasto o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e o deputado Arilson Chiorato (PT), presidente da Federação Brasil Esperança no Paraná. O que os distancia, basicamente, são o pedágio mais caro do mundo e a privatização de serviços e empresas públicas – Copel, Sanepar e escolas da educação básica – defendidas pelo inquilino do Palácio Iguaçu. Dito isso, Arilson Chiorato desembarcou nesta quinta-feira (17/11) em Brasília, onde ele foi defender um novo modelo de pedágio ao Paraná – diferente dessa sangria proposta por Ratinho. Chiorato, coordenador da Frente Parlamentar sobre o Pedágio da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), na capital federal, se reuniu no início da tarde de hoje com a equipe do governo Lula, liderada por Geraldo Alckmin (PSB) e Gleisi Hoffmann (PT), com quem também discutiu o assunto. De manhã, a reunião foi na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). No Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), o coordenador da Frente Parlamentar sobre o Pedágio e o professor Luiz Antônio Fayet, um dos coordenadores do estudo sobre o pedágio feito pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), foram recebidos por Maurício Muniz, que integra o grupo de Infraestrutura do governo de transição e ex-secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e ex-ministro da Secretaria Nacional dos Portos. “Foi um encontro muito produtivo. Com certeza, o pedágio no Paraná será rediscutido e um novo modelo, mais justo, deverá ser debatido com toda a sociedade. Nossa proposta é de um pedágio de manutenção nas praças já instaladas, e com serviço de qualidade nas rodovias”, avalia o deputado Arilson. O parlamentar frisa que, além do pedido de suspensão da proposta de concessão apresentada pelo Governo Federal em parceria com o Governo Estadual, foi entregue o estudo técnico feito pelo ITTI, da UTFPR, em que pesquisadores comprovaram falhas graves no processo de concessão do pedágio, como duplicidade de obras, falta de projetos estruturais e tarifas mais caras que as atuais em pouco tempo, o que comprometeria a competitividade econômica. “Também entregamos toda a documentação elaborada pela Frente Parlamentar sobre o pedágio colhida durante as mais de 20 audiências realizadas por diferentes regiões paranaenses. Estou confiante que todas essas observações técnicas serão, enfim, avaliadas com o respeito que merecem”, acredita o deputado Arilson. Na semana passada, a Frente Parlamentar sobre o Pedágio protocolou o pedido de suspensão de licitação para os lotes I e II, autorizados pelo Tribunal de Contas da União (TCU). No período da manhã, na ANTT, a reunião foi com a coordenadora de Demandas Federativas, com Camila Martinez, e Sérgio Carvalho. “Reforçamos, com base no relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) e nas mais de 20 audiências públicas que a Frente Parlamentar do Pedágio realizou por todo o Paraná, a necessidade de suspender a licitação de concessão das rodovias no Paraná, pois não atende aos anseios da população paranaense, além de ser prejudicial ao nosso estado”, ressalta. A atual proposta de pedágio prevê mais 15 praças, 35 anos de contrato e tarifas mais caras após o fim das obras.