Joaquim de Carvalho: 'preso, Youssef tem ótima oportunidade de falar da relação com Moro'

Da esq. para a dir.: Joaquim de Carvalho, Alberto Youssef e Sergio Moro (Foto: Brasil 247 | Reprodução | ABr) ---- 'O doleiro passou a arrecadar propina de outros doleiros. Para quem foi esse dinheiro?', questionou o jornalista do 247 ---- 247 - Repórter especial e documentarista do 247, o jornalista Joaquim de Carvalho afirmou nesta segunda-feira (20), pelo Twitter, que é preciso investigar a relação de Alberto Yousseff, 55 anos, após o doleiro ser preso por policiais federais por determinação da Operação Lava Jato - os processos de primeira instância jurídica são analisados na Justiça Federal no Paraná. "Youssef preso. Ótima oportunidade para ele falar da relação com Moro e por q, depois q foi solto pelo então juiz em Curitiba, em 2005, passou a arrecadar propina de outros doleiros para evitar q fossem alvo do sistema de justiça na capital paranaense. P/ quem foi esse dinheiro?", escreveu o jornalista, que também é comentarista da TV 247. Na decisão, o juiz federal Eduardo Appio disse que o ex-doleiro não devolveu todos os valores de que se beneficiou ilegalmente. Youssef foi preso na primeira fase da Lava Jato, em março de 2014, e condenado pelo então juiz Sergio Moro na Lava Jato em penas que somaram mais de 120 anos de prisão. O doleiro deixou o regime fechado em 2016. Novas declarações de Youssef podem atingir o senador Sergio Moro (União Brasil-PR), que foi juiz da Lava Jato em primeira instância no Paraná. De acordo com a Vaza Jato (diálogos entre membros do Judiciário paranaense no contexto da operação), Moro agia como uma espécie de assistente de acusação, ao interferir na elaboração de denúncias feitas por promotores do Ministério Público Federal (MPF-PR). A Vaza Jato começou a ser divulgada em 2019 e deixou mais evidente a parcialidade de Moro. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou a decisão anteriormente proferida pela Segunda Turma da Corte no sentido de declarar a suspeição de Moro nos processos contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após tirar o petista da eleição de 2018 ao determinar a prisão dele, Moro aceitou ser ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL), mas saiu do governo alegando tentativa de interferência na Polícia Federal, subordinada à pasta. Em 2022, quando tentativa candidatura ao Senado, Moro foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, como consequência, decidiu ser candidato pelo Paraná.