Antonina Makarova, a mulher que matou quase 1.500 pessoas

FUZILAVA CRIANÇAS, CIVIS E PARTISANS SOVIÉTICOS ------ “Era o meu trabalho”, falava calmamente, Antonina Makarova à agente da KGB, detalhando como matou milhares de civis soviéticos na Segunda Guerra Mundial. A lista de mortes por Makarova, uma das maiores executoras da história, foi de aproximadamente 1.500 pessoas. Conhecida como “Tonka, a garota-metralhadora”, ela se tornou uma assassina, depois de colaborar com os nazistas, antes fazia o contrário, atuava como enfermeira no Exército Vermelho, na linha de frente. No outono de 1941, cerca de 600.000 soldados sovieticos foram cercados no ‘caldeirão de Viazma’, e entre estava Antonina, então com 21 anos. Após conseguir fugir, Makarova vagou por meses por florestas e aldeias, encontrando abrigo temporário com os habitantes locais, mas sempre seguindo para as linhas sovieticas. Em Junho de 1942, ela chegou na vila de Lokot, na região de Briansk ocupada pela Alemanha. Essa região era diferente das outras sob ocupação nazista. Era semi-autonoma, e havia sido criada sob o lider local Konstantin Voskoboinik (substituído por Bronislav Kaminski após ser morto por partidários em janeiro de 1942). A região estava sob supervisão da 102ª Divisão de Infantaria Húngara. A região tinha autonomia para criar suas próprias unidades de defesa, que mais tarde se transformaram no chamado Exército de Libertação Nacional da Rússia (ELNR). Essa unidade ganhou notoriedade pela extrema crueldade. Abrigada na casa de um lider local, ela refletiu sobre seu próximo passo. Ela sabia que um grande destacamento de partisans permanecia ativo na floresta próxima. No entanto, depois de ver o relativamente conforto em que viviam os colaboradores russos, ela decidiu se aderir ao ELNR. Participando de festas e depois de execução de judeus, partidários e civis locais russos, incluindo criancas e mulheres. Anos depois, Makarova diria a KGB. “Eles me encheram de vodca e realizei minha primeira execução”. E assim nasceu Tonka, a garota-metralhadora. As execuções ocorriam perto de uma fazenda, que os nazistas haviam transformado em prisão. Makarova morava no mesmo edifício. Quase que diariamente os moradores da cidade viam os prisioneiros enfileirado, seguido por um carro com uma jovem mulher com sub-metralhadora. Certa vez, 3 crianças sobreviveram, com ferimentos, fingindo-se de mortas, foram salvas mais tarde por locais que enterravam as vítimas. As crianças foram levadas para os partisans, que juraram vinganca.
Após a libertação da região de Briansk, a contrainteligência soviética, SMERSH, abriu uma investigação sobre Makarova. Nas áreas perto da prisão de Lokot, foram achados restos mortais de cerca de 1.500 pessoas. Apesar dos esforços da população local, dos interrogatórios de colaboradores capturados e da análise de vários documentos, nada descobriram sobre ela. Após a guerra, as buscas por ela, passaram pelas mãos de dezenas de investigadores da KGB. Porém em 1976, quando o arquivo de um oficial chamado Panfilov, chegou à mesa das autoridades para uma checagem de rotina antes de uma missão para o exterior. Os documentos indicavam que Panfilov tinha uma irmã, Antonina, com o sobrenome Makarova. Que trabalhava em uma fábrica de roupas em Lepel, na Bielorrússia. Era esposa de um herói de guerra, o sargento Viktor Ginzburg, e ela era uma veterana, condecorada com prêmios e dava palestras a jovens. Ciente de acusar indevidamente uma veterana de guerra, a KGB investigou Makarova por meses. Investigadores levaram a Lepel pessoas que conheciam e poderiam identificar Tonka entre eles, ex-amantes e colaboradores. Ficou confirmado que a venerável Antonina Ginzburg era a garota-metralhadora, cujos parentes, incluindo marido e 2 filhas, não suspeitavam de seus crimes na guerra. Durante a retirada do Exército alemão, ela chegara em Königsberg (atual Kaliningrado). Quando o Exército Vermelho capturou a cidade, ela voltou a ser enfermeira em um hospital de campanha. Onde conheceu seu futuro marido. Durante os interrogatório, Antonina Panfilova-Makarova-Ginzburg permaneceu calma, tinha certeza de que todas as suas ações eram atribuíveis à guerra, acreditando que, seria presa e em pouco tempo libertada. Condenada por fuzilamento pelo assassinato de 1.500 pessoas. Às 6 horas da manhã de 11 de agosto de 1979, Antonina Makarova recebeu seu próprio veneno, foi fuzilada por um pelotão, e a KGB fechou a pasta de um dos casos mais longos de sua história.