Direção da Copel recorre a fake news para acelerar privatização, acusa Sindicato dos Engenheiros do Paraná

Blog do Esmael Morais ---- Em nota oficial de repúdio, o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (SENGE) acusa a direção da Copel (Companhia Paranaense de Energia) de recorrer a fake news, às notícias falsas, para tentar acelerar a privatização da estatal. Segundo o presidente do SENGE, Leandro Grassmann, a empresa mente ao afimar que 64% dos empregados aprovaram a venda de ações da empresa e desconsiderar todas as manifestações contrárias à privatização. Em novembro do ano passsado, 95% dos paranaenses eram contrários à venda da Copel. De acordo com o deputado Arilson Chiorato (PT), coordenador da Frente Parlamentar em Defea das Empresas Públicas, a direção da Copel recorre às fake news para acelera o processo de venda. No entanto, Chiorato informou que o Ministério Público acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) para interromper o processo de privatização da Copel, sob a sustentação de que a continuidade da venda sem permissão do TCU é ilegal. “O pedido corrobora com todas as denúncias que temos feito de irregularidades”, lembra o deputado. Abaixo, leia a íntegra da Nota de Repúdio do Senge: NOTA DE REPÚDIO À DIREÇÃO DA COPEL --- Companhia continua distorcendo informações --- O Sindicato dos Engenheiros do Paraná vem a público manifestar seu veemente repúdio às práticas adotadas pela atual direção da Companhia Paranaense de Energia (Copel) no que diz respeito à venda de ações da empresa e à recorrente divulgação enganosa sobre o suposto apoio dos empregados a tal medida. Em meio a diversas informações distorcidas e manipuladas, a atual direção da Copel tem legitimado a falso argumento de que 64% dos empregados aprovaram a venda de ações da empresa, fato que não procede. É importante esclarecer que o único ponto em que se alcançou um acordo junto aos empregados está relacionado ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), não à venda da estatal. A entrevista do governador Ratinho Junior veiculada pela CBN (14/07) serviu como palco para alegações covardes, onde ele afirmou que a venda da empresa havia sido validada por cerca de 60% dos empregados, desconsiderando todas as manifestações contrárias à privatização. A alegação foi prontamente contestada pelo SengePr, que buscou um direito de resposta junto à CBN, a qual concedeu apenas um breve registro em seu site, não corrigindo a desproporcionalidade da informação veiculada e dificultando o esclarecimento dos fatos. Além da CBN, a Gazeta do Povo também divulgou outra reportagem (26/07), sugerindo que os 64% de aprovação do ACT significam que os empregados aprovam a venda. Ressaltamos a importância de desmentir a falsa informação, tendo em vista o interesse público da questão. Essa mentira, repetida por quem detém o poder e os meios de comunicação, pode confundir a opinião pública e não reflete a verdadeira posição dos trabalhadores. Diante da distorção informativa, o SengePR fez questão de convocar a direção da Copel para uma mediação no Ministério Público do Trabalho do Paraná, porém, a direção da estatal se recusou, alegando já haver esclarecido a questão. Não esclareceu! Nenhuma manifestação contrária foi feita pela empresa, seja para os empregados ou para a sociedade. Essa atitude mostra total desrespeito com os anseios e preocupações dos empregados, demonstrando que a atual gestão da empresa não tem interesse em dialogar e considerar os pontos de vista dos seus trabalhadores. É importante ressaltar que a direção da Copel tem se manifestado pela redução de custos, especialmente em relação aos gastos com pessoal (PMSO). Por consequência, essa postura suscita dúvidas sobre o cumprimento integral do que foi aprovado no ACT, sobretudo diante dos recentes anúncios de mercado que indicam a intenção de reduzir ainda mais os custos com o quadro de pessoal, presentes no próprio prospecto da empresa. A Copel é uma empresa de extrema relevância para o Paraná, com 68 anos de história e atuação em 10 estados brasileiros, possuindo sólida reputação. É diante desse histórico incontestável dessa empresa pública, que o Sindicato dos Engenheiros do Paraná reafirma seu compromisso em defender os princípios da dignidade, transparência e responsabilidade, e que continuará lutando incansavelmente pela não privatização das Estatais e pela garantia da Copel como patrimônio do povo paranaense. Atenciosamente, Sindicato dos Engenheiros do Paraná