Vergonha Paraná: Racismo implacável e persecutório contra Renato Freitas tenta cassar seu mandato uma vez mais

Fonte: Carta Capital ------- Jovem negro e periférico, o ­deputado estadual Renato Freitas, do PT, é alvo de novo processo disciplinar na Assembleia Legislativa do Paraná que pode abreviar a sua carreira política. Quando foi vereador de Curitiba, Freitas foi cassado duas vezes por ter participado de um protesto, dentro da Igreja do Rosário, em repúdio aos assassinatos do congolês Moïse Kabagambe no Rio de Janeiro e do repositor de estoques Durval Teófilo Filho em São Gonçalo – esse último executado por um sargento da Marinha que alega ter confundido o vizinho com um assaltante. À época, a Arquidiocese de Curitiba saiu em defesa do parlamentar, ponderando que a manifestação era justa e ocorreu somente após a realização de uma missa. Ainda assim, seus colegas o destituí­ram. Freitas só conseguiu concluir o mandato após obter duas liminares do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, para quem é “impossível dissociar o ato da Câmara do pano de fundo do racismo estrutural da sociedade brasileira”.
Agora, o parlamentar é alvo de uma reclamação no Comitê de Ética da Assembleia por declarações feitas na tribuna da Casa. Críticas e comentários banais, próprios da atividade legislativa. Nada que se aproxime das ofensas proferidas por um colega bolsonarista que chegou a acusá-lo, sem provas, de envolvimento com o PCC, a facção criminosa que controla os presídios paulistas e paranaenses. “É racismo, uma clara tentativa de me censurar”, reage Freitas. Confira, a seguir, os principais trechos da entrevista concedida a CartaCapital na segunda-feira 10. A íntegra, em vídeo, está disponível no canal da publicação no YouTube.