Censura e idiotice: SC manda retirar o clássico “Laranja Mecânica” e outros livros de bibliotecas

Publicado por Victor Gaspodini - DCM ----- A Secretaria de Educação de Santa Catarina está determinando que escolas da rede estadual deixem de disponibilizar diversos livros para os estudantes em bibliotecas. A ordem foi dada por meio de um ofício idiota enviado às escolas na terça-feira (07), estabelecendo que obras sejam “retiradas de circulação e armazenadas em local não acessível à comunidade”. O documento diz, ainda, que a Secretaria dará“. O ofício não explica a motivação e é assinado pelo supervisor regional de educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela integradora regional de educação, Anelise dos Santos de Medeiros. A lista inclui: “O diário do diabo: Os segredos de Alfred Rosenberg, o maior intelectual do nazismo”; “Laranja Mecânica”; “A química entre nós”; “Donnie Darko”; “It: A coisa”; “Os 13 Porquês”; “Coração Satânico”; “Ed & Lorraine Warren – Demonologistas – Arquivos Sobrenaturais”; “Exorcismo”. O documento que determina a exclusão das obras das instituições de ensino é assinado pelo Supervisor Regional da Educação, Waldemar Ronssem Júnior, e pela Integradora Regional de Educação, Anelise dos Santos de Medeiros. Parte da comunidade escolar recebeu a decisão como uma censura por parte do governo do bolsonarista Jorginho Mello (PL). A palhaçada ganhou repercussão após uma publicação nas redes sociais de Leonel Camasão, jornalista e vereador suplente do PSOL em Florianópolis, que expôs o documento. O parlamentar protocolou, também, uma denúncia no Ministério Público afirmando ter se tratado de um ato de censura. Ele afirma que na lista há livros que abordam temas como sexualidade e que fazem críticas a regimes totalitários. “Utilizaram um critério burro e ideológico para censurar os livros. As pessoas que tomaram a decisão certamente não os leram. Juntaram obras sobre regimes totalitários e sexualidade com contos de ficção, suspense e terror. Esta decisão representa uma visão de mundo torpe e ignorante”, afirmou Camasão ao DCM. “Banir obras e escritores consagrados, sem qualquer justificativa, é uma característica de regimes totalitários”, completou. Ao ser procurada, a Secretaria de Educação negou a censura e alegou que a medida é uma redistribuição dos livros dentro da rede estadual. No entanto, não explicou o destino dos livros e nem quando a suposta redistribuição será efetivamente feita. “A Secretaria de Estado da Educação (SED), por meio da Coordenadoria Regional de Educação de Florianópolis, informa que está redistribuindo alguns dos títulos das bibliotecas das unidades escolares da região, buscando melhor adequar as obras literárias às faixas etárias das diferentes modalidades oferecidas na rede estadual de educação”, afirmou o órgão em nota.