"Moro chega ao Supremo como investigado”, celebra Kakay

Antônio Carlos de Almeida Castro (à esq.) e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/Youtube | REUTERS/Ueslei Marcelino) ---- Advogado criminalista criticou a trajetória do ex-juiz e senador, destacando a possível cassação como alternativa mais vantajosa à iminente investigação no STF ------- 247 - O advogado criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, celebrou o início das investigações contra o ex-juiz parcial e senador Sérgio Moro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em artigo publicado no site Poder 360. “Mal sabe Moro que seria muito melhor ser cassado, pois teria ainda uma sobrevida em liberdade", resume o tom cético em relação ao destino do ex-juiz da Lava Jato. O jurista argumenta que, desde os primórdios da operação, a instrumentalização do Poder Judiciário em prol de objetivos políticos tornou-se evidente. Uma trama que, segundo Kakay, revela uma turma carente de conhecimento jurídico, mas hábil em marketing e apoiada por uma máquina midiática. O artigo destaca a pretensão do grupo, que, ávido por poder, não hesitou em destruir empresas nacionais e adotar uma estratégia entreguista. Sob a bandeira do combate à corrupção, Kakay denuncia o alinhamento com interesses estrangeiros e a criação de um "Código de Processo Penal próprio". Um código que, na visão do jurista, ignorava princípios constitucionais e regras de competência em prol de interesses políticos, financeiros e estratégicos. “Criaram um Código de Processo Penal próprio, não se envergonhavam de prender pessoas indefinidamente para conseguir as delações. Distribuiram para a 13ª Vara Federal de Curitiba todos os processos que interessavam ao bando. Não existia para eles o princípio constitucional do juiz natural. Aliás, não respeitavam nenhuma regra de competência, a não ser as que servissem aos seus interesses políticos, financeiros e estratégicos. Como se despregaram da realidade, resolveram cometer os maiores abusos sem relevantes cuidados”, destaca o texto. O texto narra a controversa prisão do presidente Lula, apontando-a como parte de uma estratégia para favorecer Jair Bolsonaro. “Combinaram de prender o então candidato Lula, em 1º lugar nas pesquisas, para favorecer o fascista Bolsonaro. Tornaram-se os principais eleitores do atraso e da barbárie. Mantiveram Lula preso por 580 dias, de maneira ilegal, inconstitucional e imoral. E o próprio juiz, em impensável desfaçatez, aceitou –em aparente caso clássico de corrupção– ser ministro da Justiça do governo que ajudou a eleger. Até mesmo alguns procuradores se sentiram desconfortáveis com a jogada inescrupulosa”. Kaky conclui com a perspectiva de que a trajetória de Moro pode encontrar seu desfecho nos tribunais, levando-o do poder ao cárcere, sem a mesma sobrevida em liberdade que a cassação como congressista poderia proporcionar.