"Nunca esteve tão clara a intenção de promover genocídio na Faixa de Gaza", diz Ualid Rabah

(Foto: Reprodução/Facebook | REUTERS/Fadi Shana) ---------- Presidente da Federação Árabe e Palestina do Brasil repercute decisão da CIJ na ação que acusa Israel de promover um genocídio palestino ------- 247 - Em relação à declaração da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a tentativa de genocídio palestino pelo Estado de Israel, o presidente da Federação Árabe e Palestina do Brasil, Ualid Rabah, destacou a clareza da decisão quanto à intenção israelense de promover genocídio na Faixa de Gaza. Rabah apontou a diferença em relação ao Tribunal de Nuremberg, que enfrentou dificuldades para encontrar ordens explícitas dos líderes nazistas alemães durante a Segunda Guerra Mundial. No caso atual, os líderes israelenses, segundo Rabah, proclamam abertamente o desejo de "limpar Gaza", inclusive levantando a possibilidade de utilizar armas nucleares na região. O líder árabe ressaltou a gravidade da situação no terreno, revelando números alarmantes. Com cerca de 34 mil mortos, dentre eles sete mil desaparecidos sob os escombros, e dois milhões de deslocados, a Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes. “Só para nós termos uma ideia, isso dá, entre deslocados e assassinados, 92% da população de Gaza, que até o início do genocídio era de 2,2 milhões habitantes, dos quais 70% são refugiados”, afirmou em entrevista à TV 247. Comparando os números com a história, Rabah apontou que, durante a grande limpeza étnica na Palestina para a formação de Israel, também chamada como Al-Nakba - “A catástrofe” - entre 1947 e 1951, onde morreram 15 mil palestinos, agora o número de mortos em Gaza ultrapassa 34 mil. Rabah também chamou a atenção para a crueldade específica direcionada às crianças e mulheres: “As crianças correspondem a 50% - e a decisão da Corte Internacional de Justiça cita que um dos crimes que deve ser investigado é a tentativa de evitar que membros do grupo nasçam. Metade dos assassinados são crianças e 26% são mulheres. Os abortos involuntários aumentaram 300%. 10% das mulheres assassinadas foram assassinadas grávidas, segundo os dados que nós estamos obtendo. Isso tudo é claramente genocídio”.