por Laércio Souto Maior, advogado e jornalista ------------
No dia O1 de Abril de 1964, às notícias do golpe militar pipocando por todos os lados(jornais, rádios e Tvs), tomou conta de todo o Brasil. Muito jovem, há dois anos residente na Vila7, vindo do Estado de Pernambuco, caminha apressado atravessando a Praça Napoleão Moreira da Silva, no centro da moderna e bela cidade de Maringá, na região Norte do Estado do Paraná.
Avistei, vindo em minha direção, um militante e dirigente local do Partido Comunista Brasileiro - PCB, de profissão joalheiro. Me viu, acenou, e caminhou ao meu encontro. Paramos em frente um do outro. Eu, tenso, ele muito calmo. Frente a frente, aconteceu o seguinte diálogo:
“Camarada José Pacato(nome fictício), sinceramente, jamais imaginei que depois do grandioso comício do dia 13 de março de 1964, que segundo os órgãos da imprensa nacional, concentrou entre 200 mil e 250 mil pessoas, na cidade do Rio de Janeiro, e veja você, ao lado do Ministério da Guerra, os generais golpeariam a Constituição Federal, e dias depois iriam depor o pacifico presidente João Goulart, sob o olhar vigilante de uma esquadra da marinha de guerra dos Estados Unidos da América do Norte, na famigerada Operação Brother Sam”.
E emendei, extremamente nervoso:
“E agora, camarada José Pacato, o que você e o PCB acha que vai acontecer?”.
Inquieto, esperei a resposta do dirigente local do famoso Partidão, que sem mais delongas, com uma fleugma irritante, respondeu, e prognosticou enfático:
“Fique calmo, camarada Laércio, essa tentativa de golpe fracassará. Até o fim desse ano retornaremos ao poder”.
Como estava enganado o Camarada José Pacato e a direção do PCB. A dura e cruel Ditadura Militar que cassou parlamentares, e prendeu e matou opositores, transformou o Brasil num protetorado Norte-Americano durante eternos 21 anos.
