“Só o cessar-fogo em Gaza não é a solução”, afirma Ualid Rabah, presidente da Fepal

Ualid Rabah | Casas destruídas na Faixa de Gaza (Foto: Vinicius Loures / Câmara dos Deputados | REUTERS/Hossam Azam) --------- Brasil 247 - “O cessar-fogo em Gaza não pode ser um interlúdio, uma vacância entre um extermínio e outro, entre um genocídio e outro”, afirmou Ualid Rabah, presidente da Fepal ------- Na opinião de Ualid Rabah, a suspensão temporária dos ataques a Gaza não é a solução. Seria preciso, segundo ele, que o Conselho de Segurança da ONU adotasse medidas para a proteção do povo palestino, como encaminhar um projeto de reconstrução da Faixa de Gaza, providenciar o retorno de todos aqueles que saíram de seus lugares, normalizar minimamente a situação e começar um processo que leve a uma paz duradoura e a uma resolução para a questão palestina. “Como isso é improvável”, disse ele no programa Mario Vitor e Regina Zappa, na TV 247, “a solução seria que os países do mundo começassem a romper relações com Israel”. Os números da matança em Gaza apontados por Ualid são aterradores. Segundo ele, já se está chegando a 39 mil mortes, ou seja, 2% da população da Faixa de Gaza, além de 77 mil feridos. De 1 milhão 930 mil deslocados, 750 mil são crianças. Os abortos involuntários aumentaram em 300%, mais de 1 milhão e 700 pessoas estão vivendo em tendas ou ao relento e há 60 mil mulheres grávidas para dar à luz nos próximos nove meses. Milhares de pessoas estão doentes, com fome, e os doentes crônicos não tratam mais suas doenças. “Se os ataques persistirem mais dois meses, como quer o governo de Israel, chegaremos a 130 mil mortos, o que, em escala, terá sido a maior matança em guerra convencional de todos os tempos. Os civis que morrem em Gaza são em número entre 1700% a 1800% a mais do que os civis que morreram na Alemanha em seis anos na Segunda Guerra”, afirmou. “A elite sionista que está no poder em Israel é atualmente o grupo humano mais degenerado da face da terra de todos os tempos, inclusive superando os nazistas”, afirmou o presidente da Fepal. “Entretanto, esse genocídio é estadounidense, é uma clara reação ao futuro mundo multipolar.” Para Ualid, o presidente Lula escolheu o mundo em que o genocídio não será regra. “É um líder que diante de um genocídio disse não a ele. Se antes do começo da Segunda Guerra Mundial líderes com alguma estatura tivessem desafiado a Alemanha talvez não tivéssemos sofrido as consequências da Segunda Guerra.”