EXÉRCITO BRASILEIRO PODE FINANCIAR GENOCÍDIO NA PALESTINA

Blindados da Elbit Systems, empresa israelense que venceu licitação no Brasil. Créditos: Elbit Systems/Divulgação --------- DINHEIRO PARA QUEM MATA CIVIS ----------- Blindados: Exército Brasileiro pagará R$ 1 bi a empresa de Israel que venceu licitação ---------- Dinheiro dos impostos pagos por brasileiros deve ser destinado à indústria bélica do país que assassinou quase 24 mil mulheres e crianças palestinas em seis meses ---------- por Henrique Rodrigues --- Revista Forum -------- Um escárnio. Essa é a palavra que define a licitação vencida pela empresa israelense Elbit Systems para fornecer 36 veículos blindados para o Exército Brasileiro ao custo de quase R$ 1 bilhão. É o dinheiro dos impostos pagos pelos brasileiros saindo dos cofres públicos para enriquecer o país cuja ofensiva militar contra os palestinos na Faixa de Gaza, iniciada após os ataques perpetrados pelo grupo radical Hamas, em 7 de outubro do ano passado, que deixaram aproximadamente 1.170 mortos, já resultou num massacre de mais de 34 mil pessoas, sendo quase 24 mil delas mulheres, crianças e idosos. Israel tem uma das mais desenvolvidas indústrias de material de guerra do planeta. Os blindados que devem ser vendidos ao Brasil são do tipo obuseiro, ou seja, que possuem canhões de significativo alcance, que disparam munições de 155mm. O fato de a Elbit Systems ter uma subsidiária no Brasil para a produção dessas munições contou em muito para que vencesse a disputa licitatória contra grupos empresariais da China, França e Eslováquia. O contrato deve ser firmado a partir do anúncio oficial da vitória na licitação, previsto para 7 maio. Em território brasileiro, a Ares Aeroespacial e Defesa, sediada no Rio de Janeiro, e a AEL Sistemas, do Rio Grande do Sul, seriam as unidades nacionais a trabalhar na produção de insumos para esses blindados, o que gera uma expectativa de aquecimento do setor bélico nacional. No entanto, o que estaria tirando o sono dos executivos do grupo israelense do ramo armamentista é o fato de o Brasil estar claramente em oposição às atitudes tomadas em Gaza pelo Estado Judeu. O receio é que o presidente Lula vete o contrato, uma vez que as posições do petista em relação ao massacre promovido pelas IDF (Forças de Defesa de Israel, na sigla em inglês) é conhecido de todos e rendeu até uma contenda explícita e pública que durou várias semanas com o chefe da diplomacia de Telavive, o chanceler Israel Katz. Katz atacou e insultou Lula inúmeras vezes, utilizando inclusive retórica e comportamento adolescentes, usando mentiras e propagando distorções em relação às falas críticas do chefe de Estado brasileiro sobre o morticínio de palestinos. A situação saiu totalmente do controle após Lula afirmar, em 24 de fevereiro, após um encontro na União Africana, em Adis Abeba, na Etiópia, que “na História, apenas quando Hitler matou judeus na 2ª Guerra Mundial, se viu algo assim”, em referência a um exército profissional e bem armado matar civis inocentes.