Ducci ataca vice de Pimentel no horário eleitoral

Blog do Esmael Morais -------- Nas vésperas das eleições, a campanha de Luciano Ducci (PSB) adotou uma estratégia contundente ao direcionar seus ataques para Paulo Martins (PL), vice de Eduardo Pimentel (PSD). A partir de 30 de agosto, Ducci tem focado suas inserções eleitorais nos flancos da chapa de Pimentel, buscando enfraquecer sua imagem perante o eleitorado. Nesta segunda-feira (16), o horário eleitoral foi palco de uma nova ofensiva. Em anúncios veiculados na televisão, Ducci ressaltou a postura de Paulo Martins em relação à saúde pública, caracterizando-o como “antivax” e supostamente contrário às vacinas. Este posicionamento é particularmente sensível em um momento em que a população valoriza medidas de saúde eficazes e confiáveis. A crítica de Ducci não surgiu do nada. Paulo Martins, ex-deputado bolsonarista, tem sido uma figura polarizadora, especialmente por seu apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ao rotular Martins como “antivax”, Ducci tenta capitalizar cerca de 95% da população adulta curitibana que se vacinou e participa de campanhas nacionais de imunização. A decisão de Ducci de atacar o vice em vez de focalizar diretamente em Eduardo Pimentel revela uma análise estratégica da campanha. Atacar os flancos permite desviar a atenção das propostas de Pimentel, concentrando-se em possíveis vulnerabilidades de sua chapa. Além disso, ao direcionar críticas para Paulo Martins, Ducci busca mobilizar eleitores que podem estar insatisfeitos com o posicionamento do vice, sem necessariamente confrontar Pimentel de frente. A propaganda de Ducci, que é médico, no horário eleitoral, traz uma atriz para questionar o vice na chapa de Pimentel. Do ponto de vista do marketing, reza a lenda, o ataque “terceirizado” evita desgastes e rejeições ao candidato que está batendo. A exposição do vice Paulo Martins ocorreu no mesmo dia em que a direita realizou evento, com Deltan Dallagnol e Marcel Van Hattem, ambos do Partido Novo, para mobilizar apoio lavajatista à chapa liderada por Pimentel. Esta abordagem pode ter efeitos variados. Por um lado, pode fortalecer a base de Ducci ao demonstrar uma postura crítica em relação a figuras associadas ao bolsonarismo. Por outro, pode polarizar ainda mais o eleitorado, reforçando divisões já existentes. A eficácia dessa estratégia dependerá, em grande parte, da receptividade dos eleitores a tais acusações e da capacidade de Pimentel e Martins de responderem de maneira convincente às críticas. Com apenas 20 dias restantes para as eleições, a campanha de Ducci, ao focar nos bastidores e nas vulnerabilidades da chapa de Pimentel, adiciona mais dramaticidade à disputa eleitoral na capital paranaense. Resta acompanhar como essas inserções influenciarão o comportamento do eleitor e, consequentemente, o resultado final das urnas.