Venezuela condena instalação de novas bases dos EUA em Essequibo

Tropas do Comando Sul dos Estados Unidos na Guiana, 2 de dezembro de 2024. ---------------- HispanTV – A Venezuela censura a ação do Comando Sul dos EUA de instalar novas bases militares no território guianense de Esequiba, disputado com a Guiana. Através de um comunicado divulgado nesta terça-feira , o Governo de Nicolás Maduro condenou a inauguração de um campo de aviação do Comando Sul dos EUA na região de Essequibo, área rica em hidrocarbonetos em disputa entre a Guiana e a Venezuela. “A consolidação das instalações militares do Comando Sul dos EUA na Guiana, incluindo o uso militar do Aeródromo Brigadeiro Gary Beaton localizado em Esequiba, Guiana, é inaceitável e representa uma nova provocação da República Cooperativa da Guiana”, enfatizou na nota. Caracas destacou que “a agenda bélica da Administração norte-americana não tem lugar na nossa América e muito menos no território da Guiana Esequiba”. O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou nesta quarta-feira a instalação de bases secretas dos EUA em Essequibo, região em disputa com a Guiana. O país bolivariano sublinhou que a inaceitável expansão das estações navais dos EUA para uso militar demonstra o seu esforço para impedir a resolução pacífica e negociada da disputa territorial. A nota destacou que essas medidas do país norte-americano violam os legítimos direitos históricos dos venezuelanos sobre a Guiana Esequiba. Ao insistir no seu compromisso com a paz na América Latina, a Venezuela apoiou a resolução pacífica de disputas entre Estados e reiterou a sua vontade de defender os direitos soberanos da Venezuela sobre a Guiana Esequiba através de meios diplomáticos. “Nenhuma ação unilateral ou externa pode minar a nossa determinação em preservar a integridade territorial e a dignidade da nossa nação”, acrescenta a nota. Além disso, Caracas instou a Guiana a cessar imediatamente as ações que são contrárias ao entendimento mútuo e ao quadro jurídico internacional. Venezuela e Guiana mantêm uma disputa histórica de mais de 100 anos por aquele espaço territorial de 160 mil quilômetros quadrados e rico em minerais estratégicos e petróleo. Caracas reivindica a soberania de Essequibo com base no Acordo de Genebra de 17 de fevereiro de 1966, que detalha os passos a serem seguidos para a resolução da controvérsia territorial entre Venezuela e Guiana, que sustenta que a disputa deve ser resolvida pela Corte Internacional de Justiça (CIJ) de acordo com a sentença proferida em 1899 pelo Tribunal Arbitral de Paris.