A Folha de São Paulo e a Gazeta do Povo publicaram recentemente matéria sobre um agente do FBI preso em Nova Jersey, Estados Unidos da América. Seu nome: Harold “Hall” Turner. Profissão: radialista e blogueiro. Sua prisão foi decretada por crimes de divulgar ideologia racista e ameaçar de morte três juízes federais daquele país.
Turner é um elemento perigoso, psicótico, racista e extremista, mentiroso e psicopata. O que um elemento destes faz na folha de pagamento do governo norte-americano? Trabalho sujo, é claro. Sua atuação foi e continua sendo extremamente maléfica para a sociedade daquele país. Em seu blog ele defende a expulsão dos negros, judeus e latino-americanos dos Estados Unidos (proposta idiota porque reduziria a população do país em 50%). Ele quer que os negros voltem para a África, os judeus voltem para a Israel, e os latino-americanos aos seus países de origem, como se esses imigrantes não tivessem contribuído e participando da história de progresso e crescimento dos Estados Unidos da América.
Através de seu blog e programas de rádio, Hall Turner envenena as relações sociais e o convívio entre os povos. Não passa de um estelionatário de informações, como veremos a seguir, sobre sua atuação em Curitiba. Esse marginal que chegou a ponto de ameaçar de morte três juízes federais, recebe proteção e dinheiro do governo dos Estados Unidos da América, e elogios do FBI. Portanto, é o governo dos Estados Unidos da América o verdadeiro financiador do racismo, do ódio contra negros, judeus e latino-americanos, e contra a Justiça daquele país.
Mas, como isso é possível? Tudo começou após o 11 de setembro de 2001, quando o ex-presidente George W. Bush aprovou o famigerado “Patriot Act”, que jogou na lata de lixo todas as leis democráticas, a legislação conquistada ao longo de décadas para a defesa dos direitos civis dos cidadãos.
Segundo a Folha, 12 pessoas teriam sido investigadas no Brasil. No documento, apresentado a um tribunal de Nova York, um agente do FBI, Stephen Haug, elogia a atuação do informante Hall Turner no Brasil. Entre os 12 investigados, está um árabe que falou de fazer negócios com a fonte. O árabe em questão, que segundo Turner teria 10 milhões de dólares para enviar à resistência iraquiana, é o presidente da Sociedade Beneficente Árabe Brasileira do Paraná, Moutih Ibrahim (foto acima), um homem íntegro, trabalhador e honrado. Conhecido por sua militância em defesa da Causa Palestina, e talvez justamente por isso estivesse na mira do FBI. Nos últimos anos, Moutih tem trabalhado sem sucesso para construir um hospital beneficente em Curitiba. Tivesse ele 10 milhões de dólares, com certeza construiria um hospital.
Tive a oportunidade de participar do encontro entre os agentes do FBI e Moutih Ibrahim em Curitiba, em um restaurante árabe da cidade, no final de 2005. Os norte-americanos, que na época se apresentavam como membros do movimento National Aliance, (que mais tarde descobrimos tratar-se de uma dissidência da Ku Klux Klan) fizeram uma proposta para Moutih e outras pessoas de Curitiba para montarem uma sucursal do movimento na capital paranaense, em troca do que receberiam financiamento e doações. O primeiro valor citado foi um milhão de dólares. Imediatamente visitamos o site do movimento de Turner e comprovamos tratar-se de um movimento racista, xenofóbico, em seguida, durante o jantar, foi descartada qualquer possibilidade de fundar a sucursal do National Aliance em Curitiba, ou mesmo de manter contatos ou intercâmbios. Moutih declarou na época: “vocês são antisemitas, e eu, como árabe sírio, sou semita, portanto não tem lógica essa proposta”.
Estelionatários de informações
Durante o jantar, Hall Turner fez questão de vestir roupas árabes e ser fotografado diversas vezes pelo norte-americano que o acompanhava. No dia seguinte, ao visitar o site de Turner, verificamos que ele postou as fotos vestido de árabe e escreveu que tratava-se de uma reunião que ele participara em Foz do Iguaçu. Mentira! De Curitiba ele seguiu para Santa Catarina e depois para os Estados Unidos, não foi a Foz, mas com certeza escreveu extensos relatórios sobre sua viagem fictícia a Foz, e os incompetentes agentes do FBI acreditaram em suas mentiras, e ainda o elogiaram, como fez o agente Stephen Haug. Em suma, trata-se de mais um circo montado para roubar dinheiro do contribuinte norte-americano em nome do combate ao terrorismo.
A prisão de Harold Turner revela claramente o papel do governo norte-americano na famigerada luta antiterrorista em todo o mundo. Centenas de inocentes estão presos em Guantânamo, ou foram assassinados sob tortura em prisões do Iraque e Afeganistão graças à ação de agentes como Harold Turner, financiados pelo FBI ou pela CIA. As mentiras de relatórios fantasiosos – que garantem à cidade de Foz do Iguaçu o maior número de agentes da CIA e do FBI no Brasil – fomentam uma indústria de mentiras e chantagens, estelionato e crimes patrocinados pelo Departamento de Estado Norte-americano, ou seja, pelo governo dos EUA.
O presidente Obama não tem forças para fazer cumprir suas promessas de campanha, não consegue tirar o governo dos Estados Unidos da América da situação de refém da indústria bélica, corruptora de militares, imprensa e políticos. Os resultados são gafes e escândalos como este, onde um agente do FBI é preso por fazer propaganda racista e ameaçar de morte juízes federais. Quem vai processar o governo dos Estados Unidos por financiar terroristas como Harold Turner?
José Gil
Coordenador do Movimento Marcha Verde do Paraná