As mentiras sobre a legalização de carros roubados do Brasil pela Bolívia



A imprensa brasileira está histérica com o anúncio do governo Evo Moralez de legalizar carros roubados do Brasil. A notícia não é apenas mentirosa, mas é tendenciosa. É a mais pura desinformação no rol da política subserviente da nossa mídia aos interesses criminosos do imperialismo norte-americano. Não faltou até “editorial” do Grupo Bandeirantes sugerindo uma revolta no Brasil diante da medida anunciada em La Paz.
Questionado sobre a lei boliviana que prevê a regularização de carros sem documentos em circulação no país, o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Antonio de Aguiar Patriota reconheceu o risco de que a medida regularize carros roubados, mas garantiu que Brasil e Bolívia estão em contato para evitar a legalização de carros brasileiros contrabandeados.
A lei boliviana não legaliza simplesmente, mas exige do proprietário do veículo documentos que comprovem a aquisição e origem do mesmo. Isto a mídia histérica não divulga porque o objetivo é apenas criminalizar o presidente Evo Moralez.
"A lei boliviana prevê consulta à origem dos carros. O que nós determinamos é que haja um diálogo para assegurarmos que essa lei não tenha efeito nos veículos contrabandeados brasileiros", disse o ministro Patriota.
Um dos temores da mídia nativa é de que a medida adotada pelo presidente Evo Morales aumente o narcotráfico na região de fronteira. Isso porque os carros contrabandeados do Brasil são novos e caros, vendidos no país vizinho em troca de drogas. Cabe, portanto, às autoridades brasileiras aumentar a vigilância naquela região, como vem fazendo, com o apoio do Exército.
O que a mídia histérica não diz – entre muitas outras coisas - é que Evo ordenou a ocupação da refinaria da Petrobras porque havia apenas um “contrato de gaveta” do ex-presidente FHC com os ex-presidentes bolivianos demitidos por envolvimento no narcotráfico. A ocupação obrigou o governo a negociar e hoje a Petrobras continua em solo boliviano sem problema algum.
Esperar que a mídia publicasse fatos relevantes, como o apoio do governo norte-americano e da elite peruana à candidata dos narcotraficantes do Peru, Keiko Fujimori, seria esperar demais. Felizmente venceu Ollanta Humala, para tristeza dos patrões estrangeiros da grande imprensa brasileira.