Um saudita de 90 anos está processando a família da esposa, de 15 (!!!), depois que ela se entrincheirou em um quarto a fim de evitar que o casamento fosse consumado na noite de núpcias.
Dois dias depois de trancada, a jovem conseguiu fugir e voltou para a casa dos pais.
O problema é que o marido tinha dado um bom dote para os pais da adolescente: o equivalente a cerca de 35 mil reais, de acordo com a rede "al-Arabiya".
O marido abandonado agora quer ser indenizado pelos sogros.
Mas não será fácil. A notícia do casamento provocou muitas críticas na conservadora Arábia Saudita, onde ativistas dos direitos humanos usaram o Twitter para classificar o matrimônio como "tráfico e prostituição infantil". A campanha se espalhou nas redes sociais.
O casamento envolvendo crianças e adolescentes é comuns em vários países muçulmanos, especialmente na África subsaariana e no sul da Ásia. Em Níger (África), por exemplo, 77% das mulheres entre 20 e 24 anos se casaram antes dos 18. Em Bangladesh (Ásia), 65%.
Experiência
Durante algumas viagens que fiz ao Oriente Médio, relembro que presenciei algumas situações onde velhos sauditas transportavam crianças de outros países com a desculpa de casamento – uma vez que eles podem casar até sete vezes. Trata-se da mais pura prostituição infantil, uma vez que essas meninas são compradas em países como Índia, Tailândia, Bangladesh e Niger, entre outros. Em casa são transformadas em escravas. O Reino da Arábia Saudita não tem leis que protejam as mulheres ou trabalhadores.
Em alguns voos as aeromoças se recusavam a servir os sauditas, em sinal de protesto, porque as crianças choravam o tempo todo.
José Gil