Presidenta Dilma faz jogo de cena no genocídio em Gaza


A declaração infeliz do porta-voz da chancelaria israelense, Yigal Palmor, chamando o Brasil de “anão diplomático” e considerando o país um “parceiro diplomático irrelevante” motivou o presidente de Israel, Reuven Rivlin, a telefonar ontem para a presidenta Dilma pedindo desculpas pelo ocorrido.
Israel está isolado diplomaticamente em todo o mundo diante do banho de sangue que promove na Faixa de Gaza. Apenas os EUA e alguns de seus cúmplices europeus impedem que o Conselho de Segurança das Nações Unidas intervenham em mais este genocídio praticado por israelenses - que se repetem a cada dois anos.
Dilma chamou de volta ao Brasil, para consultar, o embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Filho. É pouco. É muito pouco para um governo membro do BRICs que se diz progressista de esquerda. Deveria fazer como algumas igrejas evangélicas nos EUA que estão vendendo ações de empresas israelenses para praticar boicote ao país. Poderia ter seguido os exemplos da Venezuela e Equador, que expulsaram embaixadores israelenses, ou como Evo Moralez, que rompeu relações com Israel e passou a exigir visto para os cidadãos israelenses entrarem na Bolívia. Ações como estas revelam verdadeira solidariedade internacional.
No telefonema ontem do presidente israelense acusado de corrupção na principal Corte do país, Dilma aceitou o pedido de desculpas do genocida israelense e fez alguns afagos, como o de mandar o embaixador brasileiro retornar a Tel Aviv. Vergonha!
Israel continua o genocídio palestino em Gaza. Toda sua política, desde a criação do Estado de Israel (que os árabes chamam de Nakba, isto é, desgraça) dezenas de milhares de palestinos foram assassinados, torturados, e quase dois milhões emigraram. Nas prisões israelenses hoje estão mais de 2.000 palestinos, incluindo centenas de crianças, pelo único crime de atirar pedras em soldados que destroem casas, edifícios, vilas e aldeias palestinas.
Alguns diplomatas brasileiros se vangloriam por Osvaldo Aranha ter dado o voto de minerva para a criação do Estado de Israel. Deveriam ter vergonha na cara. A criação do Estado de Israel foi uma farsa porque negaram a existência da Palestina, um país milenar cujo povo está sendo massacrado a cada 2 anos desde a sua “criação”, e cujo inimigo, Israel, deseja exterminar o povo palestino para roubar todas as suas terras.
A comportamento da presidenta Dilma não é apenas dúbio em relação à Causa Palestina: é vergonhoso.
O governador Tarso Genro (PT) do Rio Grande do Sul também pratica política dúbia e oportunista em relação à Palestina: doou arroz para os palestinos meses atrás, e permitiu a instalação de uma indústria de armas israelenses em solo gaúcho. Vergonha!

Abel Kaheler
Movimento Democracia Direta do Paraná - Brasil