Fernando Brito - Tijolaco.com
Embora a empresa seja atacada diariamente, a administração “low-profile” de Aldemir Bendine na Petrobras começa a apresentar resultados.
Fernanda Nunes e Mariana Durão, do Estadão, dizem que a empresa conseguiu que “a Comissão de Valores Mobiliários e a Securities and Exchange Comission (SEC), órgãos reguladores do mercado financeiro do Brasil e dos Estados Unidos respectivamente, aceitassem o método de cálculo escolhido pela estatal”para dar “baixa” em seu balanço dos desvios produzidos pela ladroagem de Paulo Roberto Costa et caterva.
Vão descontar os valores constantes nas ações judiciais de Sérgio Moro. Constantes, isto é, nos autos, não na mídia.
Embora, possivelmente amanha ou segunda-feira os valores vão virar manchete nos jornais, o mercado financeiro sabe que, na prática, não representam nada, diante dos imensos valores de faturamento e lucro da empresa.
Vai virar, definitivamente a página da bilionária trapalhada feita pela gestão Graça Foster de produzir um número de R$ 88 bilhões que, mesmo com todas as explicações da estupidez das metodologias de cálculo utilizada – reavaliação de ativos isoladamente – só pode ser coisa de alguém em que a dor de ser acusada do que não é – corrupta – provocou um abalo na lucidez e um destempero.
Que levaram a empresa a perder, num único dia, até 12% de seu valor acionário, um prejuízo muitas vezes maior – e ponha muitas vezes nisso – que a turma da gatunagem tirou dela.
Perdas no imaginário dezenas de vezes maiores que as materiais, porque não há razão objetiva, nas operações da Petrobras, para qualquer dúvida do sucesso da empresa. Não apenas do horizonte de produção, como nos resultados práticos que ela vem tendo e no custo por barril, calculado outro dia em artigo publicado por Luís Nassif em US$ 28 dólares, já incluídos aí impostos e participações governamentais. Isto é metade do preço internacional, mesmo deprimido como está, o que deve se reverter, apostam todos.
O sucesso do segundo poço de extensão na área de Libra, comunicado ontem confirma todas as expectativas da acumulação, onde ainda este ano deve ser iniciados um teste de longa duração com previsão de ser o poço individualmente mais produtivo do país, com 50 mil barris diários.
Daqui a dois meses, o navio aí da foto (quando se chamava Eli Maersk) termina uma revisão completa de seu casco na China e chega ao Rio para ser transformado no FPSO Cidade de Maricá, mais uma plataforma para o campo de Lula, no pré-sal, com a colocação dos módulos de processamento de óleo e gás. Quem for do Rio, olhe como eles estão quase prontos, esperando o navio, ali no final da Ponte Rio-Niterói.
Se tivéssemos de imprimir dinheiro para investir na Petrobras, ainda assim seria um bom negócio.
Mas não é preciso.
No fundo do poço, neste caso, há petróleo.
Tanto é que Serra voltou à carga, tão bonzinho, para “aliviar” o Brasil desse esforço inglório de ser independente, tentando tirar a Petrobras do pré-sal.