Por José Maschio
É triste constatar. Mas somos um país de assassinos. Aqui, desde que os portugueses aportaram, a vida nunca valeu nada. Primeiro foram os nativos, depois os africanos escravizados. E já, também, os miseráveis brancos ou pardos.
Hoje a morte se generalizou. A PM é a polícia que mais mata no mundo. As milícias ajudam nisso. O tráfico também mata. E muito. A Mídia adestrada mata e incentiva, todo dia, a morte dos excluídos. Senão qual a razão de em pleno século 21, nossa mídia ainda atribuir a "crime passional" o asqueroso feminicídio diário de nossas mulheres?
No campo, jagunços do latifúndio, desde sempre matam posseiros e sem-terra. A diferença é que agora os jagunços são chamados de seguranças patrimoniais do agronegócio exportador.
Quando em vez, essas mortes assumem relevância internacional. E aí a mídia adestrada da certo destaque. Mas logo essas mortes são apagadas do noticiário.
Os miseráveis, sem o poder bélico do tráfico, PM ou milícias não matam. Chacinam. E isso mostra porque Freire é tão odiado pelos genocidas. Sim, Paulo Freire e sua frase emblemática: " sem educação, o sonho do oprimido e se tornar opressor".
E nós, branquinhos bem nutridos, olhamos compungidos essas matanças, especialmente aquelas com repercussão midiática. Mas logo voltamos à nossa rotina de indiferença e descaso. Logo, somos tão assassinos, por omissão, quantos aos que matam.