O deputado Michele Caputo (PSDB) disse nesta quarta-feira, 9, que a proibição da exigência do passaporte vacinal no Paraná pode ser uma revanche e embuste do movimento antivacina. - - - -
Requerimento da votação com urgência da proposta foi aprovado pela Assembleia Legislativa com o voto contrário de 17 deputados, entre eles, Michele Caputo. "Sou totalmente a favor da vacina. A vacina salva vidas. Basta ver o contágio que estávamos tendo e agora o baixíssimo percentual de mortalidade. Quem está indo para o hospital, a maior parte, é de não vacinados ou de vacina incompleta", disse Michele Caputo ao encaminhar a votação contrária ao requerimento.
"O requerimento me pareceu de cunho de impedir determinadas situações que tivessem uma tramitação como se tramitam as coisas nesta Casa. Nós estamos num momento muito difícil porque como alguns já se manifestaram para mim e para vários deputados, a preocupação deles é que eles oportunizem nesse momento da questão do passaporte toda aquela ideologia do movimento antivacina", avaliou.
Michele Caputo considera ainda que a discussão pelo fim do comprovante vacinal deve explicitar à sociedade as posições contrárias e a favor das vacinas. "Eu quero também que quem é contra a vacina, que venha e diga que é contra a vacina porque uma coisa é a discussão do passaporte, outra coisa é a discussão da vacina".
O deputado disse ainda que recebe mensagens de pessoas que considera equilibradas e dizem que estão vacinadas, não contra as vacinas e que tomam as medidas de prevenção como o uso de máscaras e álcool em gel. "Agora tenho recebido também gente que diz 'salve nossas vidas, nossas crianças', o que salva a vida e está comprovado, não há dúvida sobre isso, é a vacina", diz.
Em conversa com a diretora da OMS (Organização Mundial da Saúde), Mariângela Galvão, relatou o deputado, a médica ponderou que o passaporte, exigido em alguns países da Europa e em alguns casos, pode reduzir a demanda (internamentos) na rede hospitalar. "Vocês estão vendo nessa questão do passaporte sanitário, o momento de fazer uma revanche porque a enorme maioria da população já se manifestou por pesquisas muito sérias e frequentes, que é a favor da vacina, foi se vacinar", disse.
"Uma coisa é contágio, outra coisa é a morte. Então se tem gente se apoiando na tese do passaporte para retomar a sua posição antivacina, contra toda a ciência, porque tem ciência nisso, na vacina tem ciência, aí vamos ver. Vamos discutir isso com muita franqueza, mas acima de tudo com isenção do que estamos fazendo para que serve e para que tem sido feito quem optou por fazer o passaporte", completou.