Ponte de mais de 50 quilômetros ligando a Rússia à China é inaugurada ----
Do professor de história e escritor Lincoln de Abreu Penna -----
A Terceira Guerra Mundial ------
Teve início a Terceira Guerra Mundial e ao mesmo tempo a transição da Ordem Internacional com a assinatura do documento no dia 4 de fevereiro deste ano de 2022 pelos presidentes da República Popular da China, Xi Jimping e da Federação da República Russa, Wladimir Putin. Ato simbólico de um compromisso assumido publicamente de modo a dar ciência ao mundo da mudança que está em curso.
Desde as guerras médicas travada entre gregos e persas pelo controle do Mediterrâneo, ocorrida entre os anos de 500 a.C. e 448 a.C. até o advento das guerras mundiais do século XX, o início que as desencadeou decorreu de fatos ou motivações aparentemente localizadas e passíveis de tratativas que pudessem impedi-las o que, no entanto, não aconteceu em nenhum desses casos.
Assim tem ocorrido com o atual conflito também aparentemente localizado porque situado pelos dois países litigantes, a Rússia e a Ucrânia. Mesmo ao se invocar a presença da OTAN como fator responsável pelo conflito iniciado com a invasão russa em território ucraniano, como argumenta Putin, as conexões que atravessam a mais recente confrontação bélica têm muitas outras razões.
Em situações que dão origem à ampliação desses embates essas operações não se limitam aos dois protagonistas. Essas guerras têm raízes mais profundas, sejam as de natureza provocada pelas disputas territoriais, ou as que fazem prevalecer o caráter ideológico construindo narrativas para justificá-las. Costumam geralmente envolver outros Estados nacionais e afetam seus povos, além de criar um estado de insegurança no instante em que a paz torna-se impossível.
Da mesma forma que a vitória dos gregos representou o domínio territorial e cultural do mundo àquela época e perdurou de certa forma até hoje, a ponto de fundar a prevalência do Ocidente sobre o Oriente, em quase todos os níveis, também o mesmo ocorreu com as consequências das duas guerras mundiais. Uma dessas foi o incremento da Guerra Fria, que representou a disputa pelo espólio da Segunda Guerra Mundial e não pôs fim ao precário período do pós-guerra.
Isso porque as guerras são invariavelmente motivadas por conquistas ou demandas reprimidas, mesmo não se traduzindo em ocupações permanentes de territórios ou na defesa destes pelos promotores das guerras. E todas as guerras de grande porte mobilizam imensas populações mundiais de uma forma ou outra deixando seqüelas e produzindo efeitos que as tornam permanentes.
Se a Segunda Guerra Mundial deu continuidade às tensões no quadro internacional, a desagregação da URSS não a desativou como instrumento de manutenção dos artefatos bélicos de dissuasão por parte dos Estados que foram e continuam a ser os seus grandes protagonistas. Ao contrário, desdobrou-se em ações de reafirmação da geopolítica com vistas ao controle da atual Ordem Mundial à partir da década de 1990 monitorado pelos interesses da matriz do sistema capitalista.
Foi nessa última década do século próximo passado que se deu a irrupção do neoliberalismo. As crises crônicas dessa mais recente etapa do modo de produção capitalista já centrado no capital financeiro tende a eternizar os conflitos regionais para manter sua máquina de guerra atiçada.
Todavia, não é somente o recurso às armas de curto ou longo alcance que marcam o início belicoso e o desenrolar da Terceira Guerra Mundial em curso. Simultaneamente com o surgimento e expansão dessa etapa mais agressiva do grande capital, às operações midiáticas passaram a ter lugar e utilização ampla por parte dos Estados que abrigam os grandes interesses coligados.
Surge daí a chamada guerra híbrida. Ela consiste basicamente em torcer a realidade para acomodar os interesses de grupos sem fronteiras, embora a difusão da desinformação decorra dos grandes Estados que compõem o Ocidente sede principal do capitalismo.
No momento as operações levadas adiante pela Rússia na Ucrânia através de ação militar, tornaram a tensão de latente a manifesta.
Faz parte do conjunto de equipamentos dessa tática de guerra que invade todas as áreas de atividades, isso porque uma guerra híbrida é uma guerra de informação e contrainformação plantadas convenientemente. Visa desvendar a realidade dentro de propósitos que atendam as expectativas desses seus formuladores.
As narrativas construídas circulam pela mídia e pelas redes sociais impondo em muitos casos a visão de mundo e o caráter ideológico de seus emissores. São fomentadas por agentes a serviço de governos ou de grupos políticos interessados na disseminação das “fake news” criando ou reinterpretando fatos que lhes interessa tornar público.
Trata-se de um recurso visando a manutenção das estruturas de poder temendo movimentos que as contestem. Mistura uma combinação ao compor uma suposta reação contra o comunismo e o terrorismo, vistos ambos como perigosas ideologias contrárias à família e ao que consideram ser a ordem que precisa ser preservada, assim como a tudo que lhes diga respeito.
Por essas razões, os ideólogos dessa guerra híbrida se servem de meios para negar a imprensa livre, os valores essenciais da democracia e o exercício do contraditório. Assim como por via de consequência consideram maléficas as manifestações culturais, os seus fazedores de opinião através de representações de autores que excitam a imaginação, e afirmam ser certos meios, como as universidades, antros de agitadores de ideias contrárias ao sistema.
A irradiação da guerra híbrida por parte dos que a utilizam dão continuidade a Guerra Fria, que a exemplo das guerras “quentes” também não terminaram dada as sequelas existentes a rondar as relações internacionais. Uma nova Paz armada tem início nesta terceira década do século XXI.
A tendência do conflito que ultrapassou cem dias da guerra supostamente localizada na Ucrânia é, na verdade, a primeira representação real de uma nova etapa das guerras mundiais que a humanidade conheceu faz relativamente pouco tempo. E um desafio para as lideranças políticas mundiais no sentido de estancá-la para que não tenhamos mais resultados catastróficos.
No que diz respeito ao Brasil, estamos a travar a guerra entre os princípios civilizatorios e os representantes da barbárie fascista travestida em defensores da liberdade e a ocupar o poder político em meio a mais aguda crise vivida pelo povo brasileiro. É uma guerra que precisa ser enfrentada pela cidadania contra os atores que desempenham a mais sórdida subserviência às poderosas forças que cobiçam nossos recursos e usam os expedientes da guerra híbrida para impedir o esclarecimento, o que equivale a dizer a verdadeira libertação e a reafirmação da soberania nacional e popular.
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PUTIN MANDOU OS EUA RECONSTRUIREM O AFEGANISTÃO ----
As primárias obrigações financeiras para a reconstrução do Afeganistão devem ser assumidas pelos Estados Unidos e seus aliados da coligação, disse o presidente russo Vladimir Putin em conversações com o chefe do Turquemenistão Serdar Berdi muhamedov, o rambler começou. Há um ano, o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo informou que a Rússia irá participar em projetos socioeconómicos para reconstruir o Afeganistão.
"As obrigações para a reconstrução do Afeganistão, principalmente financeiramente, devem ser assumidas pelos Estados Unidos da América e seus aliados, cuja presença durante vinte anos trouxe este país a um ponto crítico", diz Vladimir Putin.
Seu discurso foi transmitido na estação de TV Rússia 24.
Em agosto de 2022, o Representante Especial do Presidente da Federação Russa para o Afeganistão, diretor do Segundo Departamento para a Ásia do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Zamir Kabulov, disse que a Rússia irá participar em projetos socioeconómicos que para a reabilitação do Afeganistão. Ele também especificou que Moscou estabelecerá contatos com o movimento talibã (reconhecido pela ONU como uma organização terrorista). A Índia também planeja prestar assistência humanitária ao povo do Afeganistão
A situação no Afeganistão aumentou depois que os EUA retiraram as suas tropas de lá. Consequentemente, os talibãs lançaram uma ofensiva ativa e ocuparam Cabul em 15 de agosto. A população do Afeganistão está a tentar massivamente deixar o país. A Rússia disse que mantém contatos com o novo governo deste país.