Blog do Esmael Morais --- A Câmara Municipal de Curitiba não se emenda.
-----
Depois da tentativa, por ora frustrada, de cassar o mandato do vereador negro Renato Freitas (PT), agora o legislativo municipal também tenta a cassação da primeira vereadora negra da capital paranaense, Carol Dartora (PT), acusada de utilização de carro oficial para fins particulares.
A Corregedoria da Câmara abriu uma sindicância para tomar medidas acerca de um veículo da Câmara de Curitiba, que, segundo o órgão de controle, foi visto na região de Ponta Grossa no dia 17 de julho.
A abertura de um processo interno no legislativa municipal tende o mesmo desfecho que o caso Renato Freitas, qual seja, a cassação.
A Corregedoria da CMC está sob a direção de Amália Tortato (Novo).
Em nota, Carol Dartora disse que é falsa a alegação de suposto uso irregular do veículo oficial à disposição do meu gabinete.
Segundo ela, as alegações demonstram uma possível tentativa de criminalizar a atividade política, visto que não há nenhuma irregularidade, que é permitido o uso do veículo em todo o estado e que os denunciantes são opositores declarados de pautas e do partido que ela representa – o PT.
Leia a íntegra da nota oficial de Carol Dartora, primeira mulher negra eleita vereadora de Curitiba:
É falsa a alegação de suposto uso irregular do veículo oficial à disposição do meu gabinete. O vídeo que circula nas redes sociais mostra o veículo na rodovia, na região de Ponta Grossa, momento em que retornava de Maringá, onde participei de rodas de diálogo com movimentos populares que represento e para uma troca de experiências em torno das pautas e desafios que enfrentamos em cada cidade, e em todo o estado, como as políticas públicas para as pessoas LGBTQIA+, para a população negra e dos direitos das mulheres, tratando-se, portanto, de atividade estritamente relacionada com o mandato parlamentar.
Em razão de ser a primeira mulher negra eleita na história de Curitiba e meu mandato ter aprovado leis de grande impacto social, como cotas nos concursos públicos e prioridade no atendimento de mulheres em situação de violência, e ainda considerando a relevância política da cidade de Curitiba para o estado, a atuação do meu mandato tem proporcionado convites para compartilhar nossas experiências e iniciativas de interesse público.
Neste um ano e meio de atuação como vereadora já assinei 26 projetos de lei, 104 pedidos de informações ao município, e apresentei 27 sugestões para a Prefeitura, sendo uma das parlamentares mais atuantes e produtivas da atual legislatura.
Portanto, as alegações demonstram uma possível tentativa de criminalizar a atividade política, visto que não há nenhuma irregularidade, que é permitido o uso do veículo em todo o estado e que os denunciantes são opositores declarados de pautas e do partido que represento.
----
Caso Renato Freitas-----
No início de julho, a Desembargadora Maria Aparecida Blanco de LIma, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), deferiu liminar suspendendo os efeitos das sessões dos dias 21 e 22 de junho, que resultaram na cassação do vereador Renato Freitas.
O advogado de defesa, Guilherme Gonçalves, obteve decisão para o retorno imediato de Renato Freitas ao cargo de vereador.
No entanto, a Câmara de Curitiba promete realizar uma nova sessão para julgar a situação do mandato do vereador negro petista.
Freitas é alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar.
O vereador é acusado de invadir a igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Centro Histórico, durante um protesto contra o racismo.
Convenhamos, uma alegação da Câmara demasiadamente frágil.
---
Dartora e Freitas disputam 2022---
Não é só a Câmara de Curitiba que quer se livrar dos dois vereadores pretos do PT.
Os vereadores Carol Dartora e Renato Freitas também querem se livrar da Câmara de Curitiba.
Ela vai disputar uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Ele vai concorrer à vaga de deputado na Assembleia Legislativa do Paraná.