O prefeito de Caiana (MG) Maurício Pinheiro Ferreira, que ameaçou servidores públicos de demissão. Foto: Reprodução ------ Publicado por Wilson Milani - DCM ----- Um conjunto de denúncias de crimes eleitorais cometidos por empresários e gestores públicos bolsonaristas – entre o qual está a suspeita de compra de votos – fez com que a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) procurasse o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, e intensificasse o trabalho de denúncia.
Desde o fim do 1º turno, os casos de assédio eleitoral divulgados nas redes sociais aumentaram de forma significativa, e foram registrados em empresas de pequeno, médio e grande porte e em administrações em várias cidades brasileiras. A maioria deles está relacionado a ameaça de demissão caso o presidente Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito.
Na conversa com o presidente do TSE, realizada na quinta-feira (6), Alexandre de Moraes garantiu aos petistas que as denúncias serão apuradas e haverá punições.
“Nós estamos muito preocupados com isso que está acontecendo em larga escala. Isso se caracteriza como crime eleitoral, mas também crime contra o direito trabalhista. Na nossa conversa com o presidente do TSE, ele deixou muito claro que estão acompanhando muito de perto essas questões”, afirmou à Folha Humberto Costa (PT-PE), senador que participou da conversa.
O Ministério Público do Trabalho (MPT), por sua vez, confirma o aumento de casos na semana pós-1º turno e afirma que tem orientado seus procuradores a tomar providências. Denúncias também pode ser feita em canais das unidades do Ministério Público Eleitoral.
A campanha do petista também teme que empregadores forcem seus funcionários a trabalharem o dia todo em 30 de outubro, ampliando assim a abstenção, o que favoreceria Bolsonaro.
Diante desse quadro, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) criou em seu site um espaço para receber denúncias de trabalhadores, que depois serão encaminhadas ao MPT via aplicativo. Já a Força Sindical diz que levará os casos de assédio eleitoral à Organização Internacional do Trabalho (OIT).